Às vésperas da eleição presidencial do Equador, marcada para este domingo, 20, o candidato Otto Sonnenholzner e o prefeito da cidade litorânea de La Libertad, Francisco Tamariz, denunciaram novos casos de violência no país, dez dias depois do assassinato de Fernando Villavicencio, que concorria ao pleito.
Em uma publicação nas redes sociais, Sonnenholzner disse ter presenciado um tiroteio em frente ao local onde tomava café da manhã com a família neste sábado. “Graças a Deus estamos todos bem, mas exigimos uma investigação sobre o ocorrido. O medo e a impotência que vi nos olhos de todos os presentes me machucam. Não podemos continuar assim”, escreveu ele.
Já Tamariz, que é próximo ao ex-presidente Rafael Correa, de esquerda, denunciou nas redes sociais que foi vítima de uma tentativa armada de assassinato. Segundo o relato, o carro blindado em que estava com a esposa e outros dois familiares na noite da sexta-feira foi alvejado com 30 tiros que teriam partido da polícia. “Assim que paramos numa operação, elementos da Polícia Nacional dispararam contra nós sem motivo ou explicação nenhuma. Fugir era a coisa lógica a fazer enquanto vivíamos no inferno“, escreveu ele em uma publicação que mostra o carro cravejado de balas.
A última semana foi marcada pela violência após o assassinato do presidenciável anticorrupção Fernando Villavicencio e do político Pedro Briones, filiado ao partido do ex-presidente Rafael Correa. Uma política que pleiteia vaga na Assembleia Nacional também foi alvo de um ataque a tiros, mas foi apenas atingida de raspão no braço. Ex-legislador e jornalista, Villavicencio foi assassinado quando saía de um evento de campanha na semana passada. Ele ocupava o quinto lugar nas pesquisas, arrematando apenas 7,5% dos eleitores.
Apesar da onda de violência no país, mais de 13 milhões de cidadãos devem se dirigir às urnas neste final de semana para escolher o sucessor do presidente Guilherme Lasso. Em uma manobra política, o líder equatoriano dissolveu o Parlamento e antecipou as eleições para interromper seu processo de impeachment. Líder nas pesquisas, Luisa Gonzalez, candidata apoiada por Correa, conquista 30% das intenções de voto.