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Policiais americanos são demitidos após vazamento de comentários racistas

Um dos agentes disse querer comprar um fuzil para 'limpar os negros do mapa'; todos eles negam terem sido racistas

Por Da Redação
Atualizado em 25 jun 2020, 11h52 - Publicado em 25 jun 2020, 11h37

O Departamento de Polícia de Wilmington, na Carolina do Norte, demitiu na quarta-feira 24 três policiais que foram gravados por acidente enquanto conversavam sobre os protestos contra a violência policial e racismo nos Estados Unidos. No diálogo eles se dizem preparados para “massacrar todos eles”.

O vídeo foi gravado pela câmera interna da viatura, acionada por acidente, segundo o Departamento de Polícia. O conteúdo da gravação foi descoberto quando um sargento realizava uma análise de rotina das fitas e se deparou com o conteúdo de mais de duas horas de conversa no dia 4 de junho. O departamento decidiu abrir uma investigação interna sobre o caso.

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O recém-empossado chefe de polícia de Wilmington, Donny Williams, que também é negro, classificou as falas como “brutalmente ofensivas”. “Devemos estabelecer novas reformas para o policiamento aqui e em todo o país”, afirmou.

No vídeo, o policial Michael Piner, de 44 anos, afirma aos outros colegas, Jesse Moore, 50 anos, e James Gilmore, 48, que o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português) irá causar uma guerra civil no país e que ele planeja comprar para si um fuzil de assalto. “Nós apenas vamos ir lá e massacrá-los”, disse.

Logo em seguida usou um termo pejorativo e um palavrão para fazer referencia à população afrodescendente. “Limpe eles da merda do mapa”, disse Piner. “Isso os colocara de volta a umas quatro ou cinco gerações”, afirmou.

O policial Gilmore disse estar incrédulo que hoje os brancos “veneram” os negros porque assistiu a um vídeo em que “uma garota fina e branca e seu belo namorado se ajoelham e beijam os pés deles”.

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Os policiais, então, começam a falar sobre os agentes da lei negros no departamento e uma juiz também afrodescendente. Já o agente Moore trata, com insultos, da prisão de uma mulher negra. “Ela precisava de uma bala na cabeça”, disse. “É só tirar o corpo do caminho continuarmos andando”.

No dia 9 de junho, os três policiais foram ouvidos e eles confessaram que tiveram a conversa, mas alegaram que não eram racistas. Os agentes, que alegaram estarem sob pressão da profissão, disseram que não eram assim no cotidiano. Piner disse que o vídeo era “embaraçoso” e que temia pela segurança de sua família.

Williams afirmou que irá trabalhar para que os ex-policiais não encontrem mais trabalho no setor público de Wilmington e disse que irá averiguar a possibilidade da abertura de um processo judicial contra os homens, além de investigação sobre o passado deles na corporação.

“Existem certos comportamentos que é preciso ter para ser policial e esses três policiais demonstraram que não o possuem”, disse Williams. “Quando soube dessas conversas, fiquei chocado, triste e com nojo. Não há lugar para esse comportamento em nossa agência ou em nossa cidade e não será tolerado. ”

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