Polícia faz operação para libertar guardas reféns em prisões no Equador
Briga entre gangues rivais gerou tumulto tão intenso que detentos prenderam agentes penitenciários; seis pessoas morreram e 11 ficaram feridas nos conflitos
A polícia do Equador realizou nesta terça-feira, 25, uma operação para libertar dezenas de agentes penitenciários feitos reféns em prisões ao redor do país. A crise ocorreu depois de uma briga entre gangues rivais, que levou seis pessoas à morte e deixou mais 11 feridos em um centro de detenção na cidade de Guayaquil.
Sem informar se os agentes haviam sido liberados, o ministro do Interior, Juan Zapata, comunicou que os policiais já “assumiram o controle das prisões” que participaram do tumulto. Além de guardas terem sido feitos reféns em ao menos cinco penitenciárias, os detentos de outras 11 prisões iniciaram uma greve de fome.
Até o momento, o Serviço Penitenciário do Equador (Snai) não divulgou o número de reféns, mas afirmou que todos estão “em boa forma” e que os melhores esforços serão empregados para que sejam libertados. Sabe-se que, apenas na prisão de Turi, em Cuenca, 53 agentes foram detidos pelos prisioneiros, de acordo com a governadora da província de Azuay, Consuelo Orellana.
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Cidadãos que moram nas proximidades da prisão Guayas 1, palco do sangrento embate entre gangues rivais, demonstraram preocupação ao relatar que a polícia precisou usar bombas nesta terça-feira. Segundo Zapata, as “explosões controladas [foram] usadas para entrar em portas bloqueadas” e, portanto, não foram provocadas por detentos.
O ministro disse ainda que os 2.700 policiais enviados a Guayaquil “conseguiram retomar o controle de três alas da prisão”.
As brigas entre gangues opostas tornaram-se frequentes devido à superlotação em uma grande parcela dos presídios equatorianos. Também por isso, separar grupos inimigos é uma missão de alta complexidade para autoridades locais. Por vezes, atentados em determinadas prisões podem desencadear projetos de vingança por parte de gangues.
Como consequência, centenas de pessoas foram assassinadas em conflitos entre detentos nos últimos anos, com ataques cada vez mais elaborados em presídios de diferentes estados.
Uma das prioridades do governo do presidente do Equador, Guillermo Lasso, é combater a violência em todo o país, incluindo em centros de detenção. Após uma série de assassinatos no último final de semana, ele declarou estado de emergência e toque de recolher em três províncias a partir da segunda-feira 24. Entre os mortos está o prefeito de Manta, Agustin Intriago, de 38 anos. A medida se estenderá por 60 dias.