Polícia de Miami se ajoelha e reza em protesto contra morte de Floyd
EUA chegam ao sexto dia de manifestações neste domingo; Cinco mil soldados da Guarda Nacional foram mobilizados para conter casos de violência
![Caso George Floyd: Policiais se ajoelharam e receberam apoio dos manifestantes em Miami](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/policiamiami.jpg?quality=90&strip=info&w=960&h=720&crop=1)
Os Estados Unidos entraram neste domingo, 31, no sexto dia de protestos contra o racismo e a brutalidade policial, motivados pela morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi sufocado por um policial branco na último dia 25, em Minneapolis. Ele estava desarmado e gritou diversas vezes “eu não consigo respirar”, enquanto o policial Derek Chauvin apoiava o joelho contra seu pescoço. Nos últimos dias, diversas cidades do país registraram casos de violência, saques, incêndios e confronto entre manifestantes e autoridades de segurança. Uma cena de solidariedade e união, no entanto, chamou a atenção em Miami.
No último sábado 30, manifestantes foram até a delegacia de Coral Gables, na cidade da Flórida, grande reduto de latinos. Em vez de agravar a situação, os policiais presentes se ajoelharam e rezaram por Floyd junto com os manifestantes, que chegaram a abraçá-los, emocionados. O porta-voz da polícia local, Juan Diasgranados, estava entre os participantes e disse que é preciso amenizar o clima de confronto.
“Como líderes dessa profissão, todos nós devemos melhorar o treinamento e os protocolos para que nossos esforços para construir e manter a confiança da comunidade não sejam perdidos ou ofuscados”, afirmou, à emissora americana Fox. Apesar disso, Miami foi uma das várias cidades do país que registraram episódios de violência nos últimos dias.
Neste domingo, cerca de 5.000 soldados da Guarda Nacional foram mobilizados em 15 estados e na capital, e outros 2.000 estavam prontos para intervir se necessário, anunciou neste domingo a corporação. “Não podemos e não devemos permitir que um pequeno grupo de criminosos e vândalos destrua nossas cidades e provoque devastação em nossas comunidades”, disse o presidente Donald Trump na véspera.
“Meu governo irá interromper a violência da multidão”, completou o presidente americano, que acusou o grupo Antifa (antifascista) de orquestrar a escalada. Neste domingo, o presidente disse que classificará a Antiga como uma organização terrorista – em postagem compartilhada pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
No sábado, houve grandes protestos nas ruas de Nova York, Filadélfia, Dallas, Las Vegas, Seattle, Des Moines, Memphis, Los Angeles, Atlanta, Miami, Portland, Chicago e Washington D.C.. Os governadores dos estados envolvidos convocaram a Guarda Nacional e, em alguns, foi decretado toque de recolher.
Cerca de 5.000 soldados da Guarda Nacional foram mobilizados em 15 estados e na capital, e outros 2.000 estavam prontos para intervir se necessário, anunciou neste domingo a corporação. Segundo Tim Walz, governador de Minnesota, os responsáveis pelo caos podem ser anarquistas, supremacistas brancos ou narcotraficantes.
Críticas da oposição
Trump disse aos manifestantes que chegavam muito perto da Casa Branca que iria recebê-los com “os cães mais ferozes e as armas mais perigosas”, ameaça denunciada pela oposição democrata. “Ele deve unir o nosso país, não aumentar o fogo”, criticou a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, em entrevista à rede de TV ABC.
O rival democrata de Trump na eleição presidencial de novembro, Joe Biden, condenou a violência, mas afirmou que os americanos têm o direito de se manifestar. “Protestar contra tal brutalidade é correto e necessário. É uma resposta totalmente americana”, afirmou. “Mas queimar comunidades e destruição desnecessária, não. Violência que coloca vidas em risco não é. Violência que destrói e fecha negócios que atendem à comunidade não é.”
Na última sexta-feira, Derek Chauvin, o policial que aparece nas filmagens sufocando George Floyd, foi acusado de assassinato em terceiro grau. Ele foi demitido, assim como os outros três policiais envolvidos na detenção, o que não foi suficiente para reduzir a indignação.
![Os manifestantes marcham na Avenida Hiawatha enquanto condenam a morte de George Floyd em Minneapolis, Minnesota Os manifestantes marcham na Avenida Hiawatha enquanto condenam a morte de George Floyd em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215368206.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante segura um cartaz com os dizeres de George Floyd durante a abordagem policial "Por favor, eu não consigo respirar. O joelho no meu pescoço. Eu não consigo respirar, policial. Eles vão me matar" Um manifestante segura um cartaz com os dizeres de George Floyd durante a abordagem policial "Por favor, eu não consigo respirar. O joelho no meu pescoço. Eu não consigo respirar, policial. Eles vão me matar"](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215377178.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante arremessa um pedaço de concreto no prédio da Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota Um manifestante arremessa um pedaço de concreto no prédio da Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215795665.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![A polícia vigia manifestantes durante o segundo dia de protestos pela morte de George Floyd, em Minneapolis. A polícia vigia manifestantes durante o segundo dia de protestos pela morte de George Floyd, em Minneapolis.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215807944.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um retrato de George Floyd pendurado em um poste de luz de rua enquanto policiais vigiam a 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota Um retrato de George Floyd pendurado em um poste de luz de rua enquanto policiais vigiam a 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215796055.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante segura uma placa, mostrando uma imagem do vídeo da prisão de George Floyd, do lado de fora da Delegacia 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota Um manifestante segura uma placa, mostrando uma imagem do vídeo da prisão de George Floyd, do lado de fora da Delegacia 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215628243.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante lança um pedaço de madeira em um incêndio na rua ao norte da 3ª Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota Um manifestante lança um pedaço de madeira em um incêndio na rua ao norte da 3ª Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215795956.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
(com AFP)