Polícia americana admite erro em ação na escola onde 19 crianças morreram
A avaliação é a de que os policiais demoraram demais para entrar na escola, apesar dos apelos dos estudantes pedindo ajuda
![Children holding photos of victims of the Robb Elementary School shooting, participate in a minute of silence outside the National Rifle Association Annual Meeting at the George R. Brown Convention Center, on May 27, 2022, in Houston, Texas. - America's powerful National Rifle Association kicked off a major convention in Houston Friday, days after the horrific massacre of children at a Texas elementary school, but a string of high-profile no-shows underscored deep unease at the timing of the gun lobby event. (Photo by Patrick T. FALLON / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/000_32BA9CR.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
“Por favor, mandem a polícia agora”, pediu à polícia, pelo celular, uma das estudantes que estavam na Robb Elementary School, escola da cidade de Uvalde, nos Estados Unidos, onde na terça-feira 24 o jovem Salvador Ramos, de 18 anos, matou a tiros 19 crianças e dois professores. O pedido de socorro foi feito às 12:03, mas a polícia só entrou no prédio às 12h51. Antes, às 12h43, a mesma garota fez novo apelo, repetindo a súplica quatro minutos depois.
Nesses quatro dias de investigação, um dos pontos que continuam obscuro é por que a polícia demorou tanto a agir. A avaliação é a de que houve erro na decisão de atrasar a entrada das forças policiais. “Vendo a perspectiva de hoje, não foi a melhor decisão”, disse Steven McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas. “Foi a decisão errada. Ponto final”, completou.
Em situações de invasão de escolas por atiradores, o protocolo determina que a polícia atue prontamente e não fique esperando reforços. No terça-feira, 24, no entanto, cerca de vinte policiais ficaram do lado de fora aguardando ajuda por quase uma hora, enquanto o atirador já estava dentro da escola.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve visitar a cidade no domingo, 29, quando participará de cerimônia em lembrança das vítimas. Neste sábado, 28, Biden esteve na Universidade de Delaware e mais uma vez se pronunciou em favor da aprovação pelo Congresso americano de restrições à venda de armas no país. “Temos de nos manter fortes para tornar nosso país mais seguro, inclusive para as crianças”, afirmou o presidente.
Enquanto isso, em Houston, segue acontecendo a convenção anual da Associação Nacional de Rifles, mais importante entidade americana a defender o direito de compra de armas. Na sexta-feira, 27, o ex-presidente Donald Trump discursou no evento, defendendo o livre comércio e o direito de os americanos portarem armas.