Piratas somalis sequestraram um navio indiano no litoral da Puntlândia, região semiautônoma no norte da Somália, e mantêm onze tripulantes reféns, informaram nesta segunda-feira fontes de segurança. O crime aconteceu na noite de sábado quando a embarcação se dirigia à cidade de Bosaso, de acordo com o comandante da agência antipirataria da cidade de Garowe, Amoye Abdullahi Dhere.
Segundo as forças da Operação Atalanta, conduzida pela União Europeia na região desde 2008 para o combate à pirataria, o navio sequestrado foi avistado ao sul da costa da Somália, nos arredores do porto de Hobyo.
“Uma aeronave de patrulha marítima da Força Naval da UE confirmou a localização exata e tentou estabelecer comunicações por rádio, mas sem sucesso”, disse a força em um comunicado publicado em seu site. “Investigações e operações estão em andamento”.
Essa é a mais nova ação dos piratas, que, após anos de inatividade, atacaram em 13 de março um navio petroleiro com oito homens a bordo. Os tripulantes da embarcação, de bandeira do Sri Lanka, foram liberados três dias depois.
No dia 24, um navio de pesca local também foi capturado no nordeste do país para, segundo fontes policiais, ser utilizado em outras missões, como atacar navios estrangeiros que navegam no país. Os anciãos dos clãs, que tradicionalmente tomam as decisões na Somália, continuam com as negociações para a libertação desta última embarcação, embora ainda sem sucesso.
A segurança para as embarcações nesta parte do Oceano Índico melhorou substancialmente nos últimos anos, depois que a pirataria no litoral somali alcançou o auge entre 2010 e 2012. A Operação Atalanta, conduzida pela Política de Defesa e Segurança Comum da União Europeia (UE), é uma das grandes responsáveis pela melhora.
Em mais de oito anos de atividade, a Operação conseguiu deter e levar a julgamento mais de 150 piratas, além de abortar vários sequestros e reduzir significativamente os assaltos a navios na região. A Espanha assumiu em fevereiro o comando da Operação Atalanta, cuja direção muda a cada quatro meses entre as nações que fornecem forças.
(com Reuters e EFE)