A Polícia Federal (PF) comunicou nesta sexta-feira, 7, que está preparando uma lista dos foragidos das investigações sobre os ataques de 8 de janeiro que estão na Argentina para pedir uma extradição ao governo de Javier Milei. Para isso, é preciso antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove a medida, que depois será encaminhada ao Ministério da Justiça e ao Ministério de Relações Institucionais.
Ainda é incerto o retorno dos pelo menos 65 brasileiros que fugiram ao país vizinho após virarem alvo da operação Lesa Pátria, já que Milei é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja derrota nas eleições de 2022 alimentou os ataques golpistas à Praça dos Três Poderes. Os investigadores afirmaram suspeitar de que algumas das pessoas procuradas estão tentando solicitar asilo ao país vizinho.
Os pedidos de extradição devem ser justificados com evidências colhidas pela PF durante os processos que acusam os vândalos de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou ainda que os 65 nomes serão incluídos também na lista de capturas da Ameripol, organização de 12 países das Américas que atua nos moldes da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
Operação Lesa Pátria
A ação da PF contra os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro já teve 27 fases e investiga os vândalos, incitadores, financiadores e autores intelectuais dos ataques contra os edifícios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF. Na quinta-feira 6, a organização cumpriu 208 mandados de prisão, além de colocação de tornozeleiras eletrônicas e outras medidas contra foragidos da investigação.
Os alvos dos mandados foram pessoas que descumpriram medidas cautelares determinadas pela Justiça, como quebrar tornozeleiras e mudar de endereço sem avisar. Os mandados foram cumpridos em 18 estados e no Distrito Federal. Por enquanto, 50 pessoas foram presas, e estima-se que quase 160 ainda sejam procuradas.
“A Polícia Federal continua realizando diligências para localização e captura de outros 159 condenados ou investigados considerados foragidos”, disse a corporação em nota.