Pesquisadores israelenses do Centro Mundial de Memória do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, recorreram à inteligência artificial (IA) para tentar identificar os milhares de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial cujos nomes não aparecem em registros oficiais. Ao todo, seis milhões de judeus foram mortos durante o regime nazista, um genocídio relembrado nesta segunda-feira, 6, no Dia em Memória do Holocausto.
Em preparação para a data, a equipe tem trabalhado intensamente nas buscas por detalhes de vítimas. Para isso, eles desenvolveram o próprio software baseado em IA. Ao longo dos anos, voluntários localizaram informações sobre 4,9 milhões de pessoas através de declarações e documentos, além de verificações de filmagens e outros registros.
“É muito difícil para um ser humano fazer isso – apenas repassar tudo e não perder nenhum detalhe”, disse a chefe de desenvolvimento de software, Esther Fuxbrumer, à agência de notícias Reuters.
Atualmente, a equipe segue com uma tarefa gigantesca de vincular indivíduos a datas e familiares. No sistema desenvolvido, os registros podem ser analisados em inglês, hebraico, alemão, russo e outros idiomas.
“Vimos que de cada depoimento podíamos obter entre seis ou sete nomes com detalhes completos que poderíamos colocar automaticamente em nosso banco de dados, e cerca de 10% dos nomes que encontramos já tínhamos em nosso banco de dados, mas 90% são nomes novos que não sabíamos”, explicou Fuxbrumer.
Em um dos casos descobertos pela equipe, foram encontrado informações sobre Yehudit e Ruth Rosenbaum, duas irmãs gêmeas de quatro anos e meio da Romênia levadas para Auschwitz. Yehudit conseguiu sobreviver, já Rute foi assassinada.
Além disso, a equipe tem realizado testes de 400 dos seus 30 mil depoimentos, incluindo muitos vídeos de sobreviventes gravados com duração de três horas. Cerca de 1.500 novos nomes foram adicionados, com muitos ainda sendo investigados.