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Pesquisa: Seis anos pós-Brexit, europeus se dizem traídos pelo Reino Unido

Muitos cidadãos da União Europeia que moram no Reino Unido ainda o chamam de 'lar', mas ao lado de palavras como 'decepção', 'tristeza, 'raiva' e 'nojo'

Por Da Redação
23 jun 2022, 09h35

Um estudo com cidadãos da União Europeia que vivem no Reino Unido revelou que, seis anos após o voto do Brexit, ainda existe uma “ferida aberta” devido à saída do país do bloco. Os entrevistados disseram que se sentem traídos e desconfiados em relação a Reino Unido.

A pesquisa da Universidade de Birmingham em parceria com a Universidade de Lancaster entrevistou cidadãos de 22 países da União Europeia que vivem no Reino Unido há mais de cinco anos e continuaram lá após o Brexit. Os resultados mostraram “um impacto profundo e duradouro na vida e no senso de identidade e pertencimento dos cidadãos da União Europeia no Reino Unido”.

Reconstruir a confiança nas instituições e políticos britânicos é um desafio enquanto “as ramificações do Brexit ainda têm consequências profundas” na vida dos cidadãos da União Europeia, diz a pesquisa.

Entrevistados afirmaram que o Brexit afetou significativamente sua visão sobre o Reino Unido. Enquanto 72% ainda sentiam alguma ligação emocional com o país, 89% disseram que sua opinião mudou desde o referendo de 2016. Muitos ainda definem a nação como “lar”, mas ao lado de palavras como “decepção”, “traição”, “tristeza”, “frustração”, “raiva” e “nojo”.

Um holandês de 40 anos disse: “Eu me mudei para cá sentindo que tínhamos a mesma filosofia; agora sinto que essa ideia comum se foi e me sinto como um imigrante.” Outros afirmaram que o Brexit mudou sua visão de seu país de origem: “Sinto-me mais alemã e mais ligado à Alemanha desde 2016”, disse uma alemã de 45 anos no Reino Unido.

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Enquanto isso, uma francesa de 62 anos declarou: “Espero que meu país de origem nunca se torne tão injusto e xenófobo quanto o Reino Unido é agora”.

O Brexit também aumentou um sentimento pró-União Europeia, com mais de 90% dos entrevistados dizendo que, desde o referendo, eles se sentiam mais ligados ao bloco. Uma francesa de 52 anos que retornou à França disse que “agora estava ciente de quão preciosa é [a União Europeia], mesmo que não seja perfeita”.

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A pesquisa de 96 perguntas – realizada entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, um ano após o final do período de transição da saída do bloco – descobriu que cerca de 30% dos respondentes de mudaram de país desde o referendo, sendo o Brexit um dos principais motivos (17%) – cobrindo uma infinidade de considerações emocionais, políticas e práticas.

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Entre os entrevistados no Reino Unido, no entanto, mesmo que a maioria tivesse cidadania, o status de imigração e residência era uma preocupação constante. Houve também uma preocupação generalizada de que o status estabelecido é apenas digital, sem prova em papel.

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Uma mulher francesa de 64 anos, no Reino Unido há mais de 40 anos, disse: “Mal posso expressar o quanto estou magoada. Vim para o Reino Unido em 1979 e trabalhei no NHS [National Health Service, espécie de SUS britânico]. Eu me senti traída, ignorada, abandonada. Comecei a sofrer de ansiedade. Decidi solicitar a cidadania britânica, não porque queria ser britânica, mas para poder dormir à noite novamente. Quando recebi meu passaporte britânico, cuspi nele.”

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