Perspectiva econômica mundial está melhor, mas ainda não é boa, diz FMI
No encerramento do Fórum Econômico Mundial, diretora do fundo alertou contra otimismo excessivo, mas ressaltou que tendência é previsão de crescimento
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta sexta-feira, 20, durante o encerramento do Fórum Econômico Mundial em Davos, que as perspectivas para a economia global são melhores do que as previstas há alguns meses, ao mesmo tempo que a inflação recua de uma alta de quatro décadas.
“Minha mensagem é que é melhor do que temíamos há alguns meses, mas isso não significa que seja bom. O que melhorou é que a inflação parece estar se inclinando na direção certa – isso é, para baixo”, alertou Georgieva contra o otimismo excessivo.
A fala da diretora seguiu as recentes quedas nas taxas anuais de inflação nos Estados Unidos, na Zona do Euro e no Reino Unido. As previsões atualizadas do FMI para a economia global só serão divulgadas no final do mês, no entanto, Georgieva deu a entender que teria uma pequena atualização na previsão de crescimento de 2,7% para 2023.
De acordo com ela, a melhora se deu depois que a China abandonou a política de Covid Zero, o que impulsionou o crescimento do mercado. Atualmente o FMI prevê um progresso chinês de 4,4%.
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Porém, dadas as atuais projeções do fundo monetário, 2023 ainda será um ano doloroso para as pessoas em todo mundo, e ainda há o risco que o crescimento na China aumente os preços da energia e dificulte a luta contra a inflação.
O ex-secretário do Tesouro americano Larry Summers afirmou que seria uma tragédia se os bancos centrais “saíssem” do foco em alcançar a estabilidade de preços e acabassem travando a mesma batalha duas vezes.
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“Se a inflação pudesse voltar, isso colocaria em risco não apenas a estabilidade de preços e os padrões de vida das pessoas de baixa renda, mas também representaria riscos substanciais para a estabilidade cíclica”, disse Summers, agora professor de Harvard, segundo o The Guardian.
De acordo com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a instituição vai se manter “no rumo” na luta contra a inflação. Além disso, Lagarde alertou os ministros das Finanças da Europa para não tornarem a luta ainda mais difícil ao adotarem medidas como corte nos impostos ou aumento dos gastos para conter o crescimento mais lento.