Pentágono: Vazamento de informações sigilosas foi ato criminoso deliberado
Declaração foi feita poucas horas depois de FBI, a polícia federal dos EUA, anunciar prisão de militar suspeito de ligação com divulgação dos papéis
![ARLINGTON, VIRGINIA - APRIL 13: U.S. Department of Defense Press Secretary Gen. Patrick S. Ryder speaks at a press conference at the Pentagon on April 13, 2023 in Arlington, Virginia. Ryder spoke on the investigation of classified Department of Defense documents that were leaked on the internet. Kevin Dietsch/Getty Images/AFP (Photo by Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/04/063_1482000738.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O Pentágono afirmou que o vazamento de documentos e informações confidenciais foi um “ato criminoso deliberado”, poucas horas depois de o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, anunciar a prisão de um militar suspeito de ligação com a divulgação dos papéis.
“Continuamos a revisar uma variedade de fatores relacionados à proteção de materiais classificados – isso inclui examinar e atualizar listas de distribuição, avaliar como e onde os produtos de inteligência são compartilhados e uma variedade de outras etapas”, disse o brigadeiro Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, a repórteres na quinta-feira, 13. “Eu diria, porém, que é importante entender que temos diretrizes rígidas para proteger informações sigilosas e confidenciais. Este foi um ato criminoso deliberado, uma violação dessas diretrizes”.
+ Segredos revelados: os documentos confidenciais sobre a guerra da Ucrânia
Segundo Ryder, o Pentágono tomou medidas para revisar as listas de distribuição e garantir que as pessoas que recebam apenas as informações precisam saber.
O acusado de ligação com os vazamentos foi identificado como Jack Teixeira, de 21 anos, da Guarda Aérea de Massachusetts. De acordo com o secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, Teixeira estaria ligado a “uma investigação sobre suposta remoção, retenção e transmissão não autorizada de informações classificadas de defesa nacional”.
Apesar de não comentar a prisão, o Pentágono esclareceu que está trabalhando para entender a escala e o escopo do vazamento, bem como reavaliar como as informações confidenciais são compartilhadas.
“Acho importante entender que continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que as pessoas que precisam saber, quando se trata desse tipo de informação, tenham acesso a isso. Sempre vamos aprender com todas as situações. Mas, novamente, isso é algo que continuará a ser analisado”, concluiu Ryder.
Os documentos vazados incluem detalhes sobre como os Estados Unidos espionam amigos e inimigos, bem como informações sobre os exércitos da Ucrânia e da Rússia. As informações foram publicadas no mês passado em redes sociais, como Twitter e Telegram, e vieram à tona devido a investigações jornalísticas na sexta-feira 7.
De acordo com investigações, os documentos foram compartilhados inicialmente na plataforma de bate-papo do Discord supostamente em meados de janeiro em um servidor chamado “Thug Shaker Central”. Segundo o The New York Times, Teixeira liderava o grupo do Discord. O servidor tinha cerca de 20 a 30 pessoas que compartilhavam seu amor por armas, videogames e faziam piadas racistas.
O Departamento de Defesa encaminhou o assunto ao Departamento de Justiça, que abriu uma investigação criminal formal na semana passada. É provável que o número de documentos vazados ultrapasse 100 arquivos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está na Irlanda, afirmou que não está preocupado com o vazamento, mas sim que houve uma divulgação imprópria das informações confidenciais.
“Há uma investigação completa acontecendo, como vocês sabem, com a comunidade de inteligência e o Departamento de Justiça, e eles estão chegando perto, mas não tenho uma resposta”, comentou Biden a repórteres.