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Pegasus pode ter sido usado para localizar princesa de Dubai em fuga

Números da filha e de uma das esposas do xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum estão na lista de contatos possivelmente espionados pelo programa israelense

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 jul 2021, 10h09

Os números de celular das princesas Latifa e Haya de Dubai estão entre os 50.000 telefones adicionados à lista de contatos do spyware israelense Pegasus. O programa de espionagem foi usado para monitorar jornalistas, ativistas e políticos em diversos países pelo mundo e pode ter colaborado para localizar uma das herdeiras do xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum durante uma tentativa de fuga em 2018.

A princesa Latifa bint Mohammed al-Maktoum, filha de 32 anos do autoritário governante de Dubai, é mantida refém pelo pai desde que organizou uma tentativa de escapar dos Emirados Árabes Unidos há cerca de três anos. As novas revelações sobre o uso do Pegasus para espionagem governamental, porém, indicam que a fuga pode ter sido interceptada graças à capacidade do programa de rastrear a localização dos celulares infectados.

Segundo as informações obtidas pelas organizações Anistia Internacional e da ONG francesa Forbidden Stories e confirmadas pelo jornal americano The Washington Post e outros 16 veículos de comunicação, os contatos da princesa e de pessoas próximas a ela foram adicionados à lista de 50.000 números de telefone possivelmente espionados nas horas e dias após seu desaparecimento em fevereiro de 2018.

Os Emirados Árabes Unidos eram considerados clientes da NSO na época, de acordo com evidências descobertas pelo grupo de pesquisa Citizen Lab, da Universidade de Toronto, no Canadá.

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Latifa, que acusa seu pai de mantê-la em cativeiro e em condições degradantes, planejou a fuga por sete anos e arrecadou o equivalente a 1,5 milhão de reais para executar seu plano. Com a ajuda de amigos, ela fugiu de carro até a fronteira dos Emirados com Omã, onde embarcarem em um iate. A viagem foi interrompido depois de uma semana no Oceano Índico, quando o barco foi descoberto por oficiais da Guarda Costeira indiana próximo da região de Goa.

Os dados vazados mostram que quando os comandos armados invadiram o iate, oito dias depois da fuga, os operativos haviam inserido os números de seus amigos mais próximos e aliados na lista do Pegasus. Não se sabe ao certo se o celular da princesa foi mesmo invadido, já que o aparelho não está disponível para a perícia. A forma como a viagem foi interrompida, porém, fazem dessa a principal suspeita.

FAMÍLIA PROBLEMÁTICA - O xeque e a sexta mulher, Haya: ela fugiu dele -
FAMÍLIA PROBLEMÁTICA – O xeque e a sexta mulher, Haya: ela fugiu dele – (Ali Haider/EFE)

No ano seguinte à perseguição de Latifa, agentes também colocado na lista números de outra princesa de Dubai: uma das seis esposas do xeque, Haya bint Hussein, que expressou preocupação sobre o confinamento de Latifa e fugiu com os dois filhos para Londres em 2019.

Segundo o vazamento recente, os números de Haya,  sua meia-irmã, seus assistentes, seu treinador de cavalos e membros de suas equipes jurídicas e de segurança foram incluídos na lista do Pegasus tanto nos dias anteriores quanto nas semanas depois que ela fugiu de Dubai. A princesa também acusou o xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum de mantê-la em cativeiro e de ser violento.

Haya vive hoje em uma mansão avaliada em 85 milhões de libras no centro de Londres. Ela luta nos tribunais britânicos para ganhar a guarda total dos filhos e barrar os pedidos de extradição aos EAU feitos por seu marido.

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