Parlamento europeu quer embargo à venda de armas para Arábia Saudita
Medida é retaliação pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul
O Parlamento Europeu pediu nesta quinta-feira aos países da União Europeia (UE) que imponham um embargo conjunto sobre a venda de armas à Arábia Saudita, como retaliação pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado árabe em Istambul.
No pedido, o Parlamento inclui a abertura uma investigação imparcial do assassinato, ocorrido no último dia 2 de outubro. As vendas de armas da Europa para a Arábia Saudita foram questionadas nesta semana pela Alemanha, que bloqueou novos contratos de exportação.
Segundo a Comissão Europeia, a decisão depende de cada Estado-membro. Em 2016, 15 países europeus comercializaram armas com os sauditas. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou maiores controles sobre a venda de armas para o reino saudita, mas esquivou-se de impor a suspensão e o bloqueio desse comércio.
Os parlamentares europeus também querem que o embargo se estenda à exportação de sistemas de vigilância e outros produtos para os sauditas, uma vez que poderiam ser utilizados para fins de repressão.
Na resolução, os parlamentares também solicitaram à comissária de Relações Exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, e aos países do bloco que se preparem para impor sanções específicas contra cidadãos sauditas. Em particular, a proibição de vistos e o bloqueio de ativos de cidadãos da Arábia Saudita pessoas envolvidas no crime e por outros motivos de direitos humanos.
Os Estados Unidos impuseram nesta semana sanções contra 21 sauditas envolvidos na morte do jornalista, na forma do cancelamento de vistos americanos.
A Comissão Europeia confirmou suas consultas para elaborar uma resposta e determinar “o provável impacto que este caso terá nas relações (da União Europeia) com a Arábia Saudita”.
Crítico do governo saudita, Khashoggi vivia em exílio nos Estados Unidos. No último dia 2, ingressou no consulado de seu país em Istambul para buscar documentos para seu casamento, mas foi assassinado por um grupo de agentes de Riad. O governo saudita, comandado pelo príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman, é apontado pela Turquia como o mandante do crime. O corpo do jornalista ainda não foi encontrado.
(Com EFE)