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Parlamento de oposição da Venezuela nomeia diretores para PDVSA e Citgo

EUA revogam vistos de membros da Suprema Corte venezuelana e, em Montevidéu, líderes da Argentina e do Uruguai pedem eleições livres

Por Da Redação
13 fev 2019, 20h52

A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria oposicionista, designou nesta quarta-feira, 13, uma junta administrativa para controlar a estatal petroleira PDVSA e sua filial nos Estados Unidos, a Citgo. O Parlamento é presidido por Juan Guaidó, que autoproclamou-se presidente interino do país e desafia o poder do ditador Nicolás Maduro.

A decisão foi aprovada pelo plenário depois da apresentação de um relatório da Comissão de Energia e Petróleo, liderada pelo deputado Elías Matta. Permitirá, segundo o documento, proteger os ativos da PDVSA e da Citgo diante das arbitragens que a Venezuela enfrenta pelo descumprimento de obrigações internacionais e das sanções impostas pelos Estados Unidos.

Guaidó classificou como “histórica” a intervenção nas petroleiras porque protegerá “cada ativo em desenvolvimento da Venezuela”. A Assembleia Nacional foi declarada em “desacato” pela Suprema Corte há três anos e suas decisões não contam para o atual Executivo do país. A nova diretoria, em princípio, somente poderá assumir suas atribuições se Maduro for afastado do poder.

Com esta medida, os oposicionistas Simón Antúnez, Gustavo J. Velásquez, David Smolansky, Carlos José Balza e Ricardo Alfredo Prada passam a integrar a junta diretiva da PDVSA, empresa afetada por anos de desinvestimento e por investigações de corrupção.

A especialista no setor de petróleo Luisa Palacios liderará a PDV Holding Inc., companhia proprietária da Citgo. Édgar Rincón, Oswaldo Núñez, Fernando Vera, Elio Tortolera e Andrés Padilla acompanharão Palacios na tarefa. O Parlamento também designou Palacios e Rincón à frente da CITGO Holding Inc., assim como Ángel Olmeta, Oswaldo Núñez, Javier Troconis e Rick Esser.

Não foram divulgadas informações sobre como foi realizado o processo de seleção. Tampouco foram fornecidos detalhes sobre a experiência dos designados na área petroleira.

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A Citgo é considerada a sétima maior refinaria dos Estados Unidos, com capacidade para processar 750.000 barris por dia do petróleo pesado e extrapesado produzido pela PDVSA. A estimativa é que controle 4% do mercado americano.

Sobre a indústria petrolífera venezuelana pesa uma bateria de sanções do governo do presidente americano, Donald Trump, que serão suspensas de forma automática caso o governante venezuelano, Nicolás Maduro, renuncie.

Diante dessa situação, o parlamento faculta à recém-renomada junta da Citgo  a localização no mercado de “petróleo pesado alternativo ao menor custo possível”, em vista da impossibilidade da PDVSA de fornecê-lo.

Maduro disse na semana passada que as sanções são uma tentativa dos Estados Unidos de desapropriar a Citgo, ao mesmo tempo em que ameaçou perseguir juridicamente “toda pessoa que aceite nomeações ilegais que usurpem cargos na PDVSA ou na Citgo”.

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Estas ações fazem parte da ofensiva opositora para debilitar Maduro e pressioná-lo a abandonar o poder, que exerce desde 2013. A oposição o considera um “usurpador” desde 10 de janeiro, quando assumiu seu terceiro mandato, com base em uma eleição fraudada. Assim como a oposição, governos de vários países, entre os quais o Brasil e os Estados Unidos, não reconhecem a legitimidade de Maduro, mas a de Juan  Guaidó.

Vistos revogados

Os Estados Unidos revogaram nesta quarta-feira os vistos de ingresso no país nos passaportes dos os integrantes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, todos alinhados a Maduro. A informação foi dada enviado especial do governo americano para a Venezuela, Elliott Abrams, em pronunciamento ao Comitê das Relações Exteriores da Câmara dos Deputados americana.

“Impusemos restrições e revogamos vistos dos membros do TSJ, a ilegítima Corte Suprema”, afirmou Abrams, que lembrou a aplicação de sanções similares, na semana passada, aos integrantes da  Assembleia Constituinte (ANC), de maioria chavista.

Em Montevidéu, os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquéz, e da Argentina, Mauricio Macri, fizeram um apelo por eleições “livres e críveis” na Venezuela. “Ambos os países pedem que se encontre uma solução democrática com eleições livres, críveis e com controles internacionais confiáveis”, afirma a declaração conjunta emitida por ambos governos após o encontro dos dois líderes.

Membro do Grupo de Lima, que pressiona Maduro a renunciar, a Argentina deu seu apoio a Guaidó. O Uruguai se declarou neutro diante da situação na Venezuela e ofereceu-se, com o México, para intermediar o diálogo entre o governo venezuelano e a oposição em prol de uma saída pacífica para a crise.

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(Com EFE)

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