Com votos da extrema direita, Parlamento da Suécia destitui premiê
Conservadores se uniram a ultranacionalistas contra moção de confiança a Stefan Löfven. Eleições, nas quais nenhum grupo conseguiu maioria, criaram impasse

A coalizão de centro-direita e a extrema direita da Suécia votaram nesta terça-feira a favor da destituição do primeiro-ministro social-democrata Stefan Löfven, enfraquecido após as eleições legislativas, nas quais nenhum partido conquistou a maioria.
Ao todo, 204 parlamentares de 349 votaram contra a moção de confiança – ou seja, todos os representantes da direita, do centro e da extrema direita, com exceção de um voto.
“A Suécia precisa de um novo governo que busque um amplo apoio político para dirigir as reformas”, afirmou o líder conservador Ulf Kristersson, da Aliança de Centro-Direita, diante dos parlamentares antes da votação, cujo resultado era esperado.
O presidente do Parlamento, o conservador Andreas Norlen, deve convocar o mais rápido possível os representantes dos partidos com cadeira no Riksdag, o Congresso unicameral do país escandinavo, a consultas para a formação de um novo governo.
Enquanto as negociações dirigidas pelo presidente do Parlamento continuam, Löfven permanece em seu cargo para administrar os assuntos correntes da administração federal.
Impasse
Nas eleições legislativas do início do mês, a coalizão de centro-esquerda, com o Partido Social-Democrata e os ecologistas, com o apoio informal do Partido de Esquerda (ex-comunista), ganhou o pleito com 144 cadeiras, contra 143 da Aliança de Centro-Direita. O partido de extrema direita Democratas Suecos (SD) ficou com 62.
A aliança com o SD é fundamental para a formação de um governo, já que nenhuma das legendas conquistou a maioria dos assentos. Até agora, contudo, nenhuma das outras forças quis pactuar com o partido extremista.
A Aliança de Centro-Direita vem tentando formar um governo sozinha, somente com acordos pontuais. Já Löfven prefere liderar um gabinete que inclua também liberais e centristas, a quem ele estendeu a mão sem sucesso.
Após o enfraquecimento de Stefan Löfven, Ulf Kristersson deseja assumir o comando e propor uma sucessão de direita.
A destituição de Löfven era esperada, depois que tanto a Aliança como o SD insistiram durante a campanha e também após as eleições que votariam contra sua continuidade e de seu governo de coalizão.
O presidente do Parlamento terá agora até quatro tentativas para escolher um candidato e formar o governo: se nenhum tiver a confiança do Riksdag – algo que nunca ocorreu na Suécia –, serão convocadas eleições antecipadas em três meses.
(Com EFE e AFP)