O Parlamento Europeu informou à líder da extrema-direita na França, Marine Le Pen, que, a partir deste mês, cortará metade de seu salário para cobrir o desvio de 340.000 euros (mais de 1,2 milhão de reais) dos recursos que ela recebeu em sua dotação parlamentar. Além da redução salarial, o Parlamento Europeu restringirá a partir de março os recursos repassados para a líder da Frente Nacional para despesas gerais e gastos com diárias.
A Secretaria-Geral do Parlamento Europeu deu um ultimato a Le Pen para que ela devolvesse 340.000 euros recebidos da Eurocâmara. O dinheiro teria sido desviado para uso extraparlamentar. De acordo com denúncias, Le Pen teria usado os recursos para despesas pessoais de dois funcionários da Frente Nacional que não atuam em funções relacionadas ao trabalho política francesa na Câmara Europeia.
Cerca de 300.000 euros teriam sido desviados para pagar a chefe de gabinete de Le Pen, Catherine Grisset, que trabalha para a FN em Nanterre, na França. Outros 40.000 foram utilizados nos salários de Thierry Leger, contratado como guarda-costas da política. Na carta enviada pela Comissão de Finanças da Câmara Europeia, Le Pen era avisada que seria punida com sanções econômicas se não devolvesse o dinheiro aos cofres públicos.
O artigo 62 do Parlamento Europeu estabelece que a verba para a contratação de assessores só pode ser utilizada para pessoal de apoio ao trabalho europarlamentar e não para custear despesas dos partidos nos países de origem. Desde março de 2015, o Escritório Antifraude Europeu investiga o mau uso dos recursos de Le Pen para a contratação de funcionários que não atuariam no Parlamento Europeu.
(Com agência EFE)