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Paquistão reduz relações diplomáticas e suspende comércio com a Índia

Islamabad anunciou a expulsão do embaixador indiano e pediu o retorno de seu embaixador em Délhi, após revogação de status especial da Caxemira

Por Da Redação
7 ago 2019, 15h19
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  • O governo do Paquistão decidiu nesta quarta-feira, 7, reduzir as relações diplomáticas com a Índia, suspender o comércio entre ambas as nações e revisar os acordos bilaterais por causa da revogação do status especial da Caxemira indiana por parte de Nova Délhi.

    “O primeiro-ministro pediu a ativação de todos os canais diplomáticos para expor o brutal regime fascista indiano”, informou, em comunicado, o escritório do líder paquistanês, Imran Khan, que afirmou que os primeiros passos serão “reduzir as relações diplomáticas com a Índia” e “suspender o comércio bilateral”.

    Além disso, o Paquistão anunciou a expulsão do embaixador indiano em Islamabad e afirmou que solicitará o retorno de seu embaixador em Délhi.

    Imran Khan também pediu que o Exército “continue vigilante” diante da tensão na região do Himalaia, dividida entre Índia e Paquistão desde 1947 e pela qual ocorreram duas guerras.

    A decisão foi tomada em reunião do Conselho de Segurança Nacional (NSC), presidido por Khan, e que contou com representantes do Estado Maior Militar e do governo, incluindo o chefe do Exército, general Qamar Javed Bajwa, e o ministro de Relações Exteriores, Shah Mehmood Qureshi.

    O NSC acertou reduzir as relações diplomáticas com a Índia, mas não especificou quais medidas exatas tomará a respeito.

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    De acordo com o comunicado divulgado após a reunião, o governo suspenderá o escasso comércio bilateral entre ambos países, que em 2018 alcançou os 2 bilhões de dólares, segundo dados do Banco Mundial, e revisará os acordos bilaterais entre ambas as potências nucleares.

    O governo paquistanês levará para a Organização das Nações Unidas (ONU) e seu Conselho de Segurança Nacional a decisão indiana de revogar na segunda-feira o artigo 370 da Constituição que dava autonomia à Caxemira.

    Para Islamabad, essa é uma ação ilegal porque a Caxemira é reconhecida internacionalmente como um “território em disputa” e submetida às resoluções que ao longo dos anos foram emitidas pelo Conselho de Segurança da ONU.

    Bloqueio

    A Caxemira está isolada do mundo desde domingo, com as comunicações bloqueadas, lojas fechadas e ruas desertas. Apesar da grande presença das forças de segurança e de restrições de deslocamentos e reuniões em vigor, algumas manifestações esporádicas foram registradas na cidade de Srinagar.

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    Uma fonte policial, que pediu anonimato, afirmou na terça-feira um jovem manifestante perseguido pelas forças de segurança na área histórica da cidade “pulou no rio Jhelum e morreu”.

    Mais de 100 pessoas, incluindo líderes políticos locais, foram detidas nos últimos dias, informou a agência Press Trust of India, com base em informações de funcionários da administração.

    Srinagar é considerada um reduto dos protestos contra a Índia. As manifestações deixaram pelo menos seis feridos.

    As autoridades indianas, no entanto, afirmam que a situação nesta área de fronteira, cenário de uma disputa com o Paquistão há várias décadas, é de calma.

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    Há vários dias as ruas de Srinagar são dominadas pelo silêncio. Tropas indianas estabeleceram postos de controle com alambrados e apenas os pássaros e cães circulam com liberdade pela cidade.

    Os jornalistas não são autorizados a passar pelos postos de controle militares. “É um bloqueio sem precedentes”, afirmou um fotógrafo que trabalha na região há mais de 30 anos e que pediu para não ter o nome divulgado.

    Moradores reclamam da situação. “Durante dias (as autoridades) mentiram para nós sobre ameaças terroristas. Pelo menos todos fizeram estoques antes de nos enjaularem”, disse um deles.

    O bloqueio torna quase impossível uma visão completa da situação na Caxemira, até mesmo para as autoridades. Uma fonte afirmou que quase todos os políticos da região, tanto separatistas como pró-Índia, estão detidos.

    (Com EFE e AFP)

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