Papa nomeia mulheres para comitê consultivo de bispos pela primeira vez
Pontífice já nomeou mulheres para outros cargos importantes no Vaticano; segundo ele, 'as coisas estão se abrindo um pouco'
O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira, 13, duas freiras e uma leiga para um comitê que até então era exclusivamente composto por homens que o aconselha na escolha de bispos da Igreja Católica, segundo o Vaticano.
Em entrevista dada no início do mês à Reuters, o pontífice já havia antecipado a decisão, dizendo que queria dar às mulheres cargos mais importantes e influentes na Santa Sé.
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As três indicadas são a irmã Raffaella Petrini, italiana que é atualmente vice-governadora do Vaticano, Yvonne Reungoat, freira francesa ex-superior geral de uma ordem religiosa, e Maria Lia Zervino, leiga argentina e presidente da União Mundial de Organizações de Mulheres Católicas.
As três mulheres estavam entre as 14 pessoas nomeadas para o Dicastério para os Bispos, que examina os candidatos e aconselha o papa sobre quais padres devem se tornar bispos. Os outros 11 eram cardeais, bispos e padres que, junto com as mulheres, irão compor o comitê em um mandato de cinco anos.
O processo começa localmente, onde os bispos sugerem aos arcebispos os nomes dos padres que eles acham que cumpriam bem o papel. A lista então vai para o núncio do Vaticano, que analisa o candidato e envia suas recomendações de volta à Santa Sé. Os membros do comitê, que vêm de todo o mundo, se reúnem em Roma cerca de duas vezes por mês e enviam suas recomendações ao papa, que toma a decisão final.
“Dessa forma, as coisas estão se abrindo um pouco”, disse Francisco em entrevista dada à Reuters no início do mês, quando divulgou sua decisão.
Além de Petrini, que como vice-governadora é a mulher mais poderosa do menor estado do mundo, o pontífice já nomeou várias mulheres para os departamentos do Vaticano. No ano passado, ele nomeou a freira italiana Alessandra Smerilli para a posição número dois no escritório de desenvolvimento do Vaticano, que lida com questões de justiça e paz.
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As mulheres leigas que já ocupam cargos importantes no Vaticano incluem Barbara Jatta, a primeira diretora dos Museus do Vaticano, e Cristiane Murray, vice-diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, ambas nomeadas por Francisco.