Papa nomeia mulheres como consultoras do próximo Sínodo dos Bispos
Espaço era exclusivo de homens; evento vai acontecer em outubro deste ano, no Brasil, e tratará da Amazônia
Em mais uma iniciativa inédita, o papa Francisco nomeou, nesta sexta-feira, 24, quatro mulheres como consultoras na secretaria-geral do Sínodo dos Bispos, em outubro. Segundo o porta-voz interino do Vaticano, Alessandro Gisotti, esta é a primeira vez que as mulheres exercerão o papel de consultoras na secretaria-geral do sínodo, assembleia anual de debates sobre questões sensíveis das dioceses.
A secretaria-geral é uma instituição permanente que se encarrega de preparar a assembleia do sínodo e de aplicar suas conclusões. A iniciativa do pontífice reforça seu perfil reformista, que desagrada os setores mais conservadores da Igreja.
Não há brasileiras entre as escolhidas pelo papa, apesar de o tema do sínodo de outubro, a ser realizado no Brasil, seja a evangelização e a proteção do Amazonas e de suas populações indígenas.
As mulheres escolhidas são Nathalie Bacquart, ex-diretora do Serviço Nacional para a Evangelização dos Jovens e de Vocações da Conferência Episcopal francesa; Alessandra Smerilli, docente de Economia na Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação; a religiosa espanhola María Luisa Berzosa González, diretora da federação Fé e Alegria, que se encarrega da educação dos mais desfavorecidos e da inclusão social; e Cecilia Costa, professora de Sociologia na Universidade Roma Tre.
Até agora, Francisco nomeou um total de seis pessoas para ajudar o secretário do sínodo, cardeal italiano Lorenzo Baldisseri, sendo quatro mulheres e dois homens. Estes são os reverendos Giácomo Costa e Rossano Sala.
O próximo sínodo vai acontecer em outubro de 2019. A escolha do tema da evangelização e proteção da Amazônia provocou reações do governo de Jair Bolsonaro, que recebeu informes da Agência Brasileira de Informação (Abin) sobre encontros de bispos brasileiros com o papa Francisco para discutir o evento.
O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, chegou a declarar que o governo quer “neutralizar” a iniciativa.
(Com EFE)