Ao receber um convite para visitar a Coreia do Norte,nesta quinta-feira (18), o papa Francisco indicou que consideraria fazer essa viagem inédita ao país, considerado um dos que mais perseguem os cristãos, afirmaram autoridades sul-coreanas.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, transmitiu verbalmente ao pontífice o convite do líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante encontro de 35 minutos no Vaticano. A Coreia do Norte não permite aos padres católicos se instalarem de maneira permanente em seu território. Há pouca informação sobre quantos cidadãos norte-coreanos são católicos e sobre como praticam sua fé.
Durante reunião no último mês, Kim compartilhou com Moon, que é católico, seu desejo de conhecer o papa. O líder sul-coreano anunciou que transmitiria essa mensagem a Roma.
De acordo com o gabinete de Moon, Francisco expressou grande apoio aos esforços para levar a paz à península coreana. O papa encorajou Moon a seguir adiante. “Não pare, vá em frente. Não tenha medo”, relatou um colaborador de Moon.
Questionado se Kim deveria enviar um convite formal, o gabinete disse que o papa respondeu: “Sua mensagem já é suficiente, mas seria bom que ele enviasse um convite formal”. “Certamente responderei se receber um convite formal, e posso ir”, disse o pontífice, de acordo com o gabinete de Moon.
O papa deve viajar à Ásia no próximo ano, quando visitará o Japão. Em comunicado, o Vaticano não mencionou o convite de Kim, falando somente na “promoção do diálogo e da reconciliação entre coreanos” e “do compromisso comum em fomentar todas as iniciativas úteis para superar as tensões que ainda existem na península coreana, de forma a abrir caminho para uma nova temporada de paz e desenvolvimento”.
Seul e Pyongyang realizaram três reuniões de cúpula neste ano. Kim também participou de uma reunião inédita com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Singapura em junho passado, e prometeu trabalhar pela desnuclearização da península coreana.
(Com Reuters)