Papa denuncia ‘praga do feminicídio’ na América Latina
No Panamá, pontífice fala sobre a sedução dos jovens pelo crime organizado e diz que 'famílias rachadas' são frutos do sistema econômico
No Panamá, onde participa da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco denunciou nesta quinta-feira, 24, que a América Latina está assolada pela “praga do feminicídio“. A região, segundo o pontífice, também é vítima das pragas das “gangues armadas e criminosas, ao tráfico de drogas, à exploração sexual de menores e não tão menores”.
O papa falou aos bispos da América Central na Igreja de São Francisco de Assis, na capital do Panamá, sobre os problemas de violência que inquietam os jovens e que também os atrai, dada a falta de oportunidades. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), cerca de 2.800 mulheres são mortas a cada ano na região em situação de violência doméstica.
“São muitos os jovens que dolorosamente foram seduzidos por respostas imediatas que hipotecam a vida e isto fez com que caíssem em situações conflituosas”, disse o pontífice. “Dói constatar que na raiz de muitas destas situações está uma experiência de orfandade, fruto de uma cultura e uma sociedade que estão se desintegrando”, acrescentou.
O pontífice explicou que muitas das “famílias rachadas” são geradas por “um sistema econômico que não tem como prioridade as pessoas e o bem comum e que fez da especulação o seu paraíso”. Trata-se de um sistema, insistiu, que continua a “engordar sem se importar à custa de quem”.
“Assim, nossos jovens sem lar, sem família, sem comunidade, sem filiação, ficam à intempérie do primeiro vigarista”, advertiu.
(Com EFE)