Palestina e Israel trocam acusações sobre mortes de bebês e mulheres
Segundo o Ministério da Saúde palestino, crianças e mulheres são metade de suas vítimas fatais; Israel acusa o Hamas de ter assassinado bebês

O Ministério da Saúde palestino informou nesta quinta-feira, 12, que ao menos 1.417 pessoas morreram e 6.268 ficaram feridas em Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento palestino radical Hamas, iniciada no último sábado. Mulheres e crianças estão entre as principais vítimas, com 248 e 447 mortes, respectivamente. Cerca de 340 mil habitantes de Gaza foram retirados de suas casas frente aos intensos e constantes bombardeios na região, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
Do lado israelense, o número de mortos supera a marca de 1.300 pessoas, incluindo também mulheres e crianças. Segundo a imprensa de Tel Aviv, ainda no sábado, bebês teriam sido decapitados pelo Hamas no kibutz, comunidades israelenses agrícolas, de Kfar Aza. Nesta quinta-feira, o governo de Israel divulgou fotografias de bebês que foram mortos, de forma a comprovar a veracidade e a autoria dos ataques do Hamas. Os registros teriam sido mostrados ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante sua visita a Israel.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Jonathan Conricus, alega que o crime também alcançou o kibutz de Be’eri, no sul do país. Ele descreveu a cena como um “massacre” e disse que poderia atestar “com relativa confiança” que os rumores eram verdadeiros. Os militantes palestinos, por sua vez, negam o episódio e acusam a mídia internacional de disseminar “mentiras” sobre a “resistência”.
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Com o “cerco total” contra a Faixa de Gaza, ordenado Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, os mais de 2 milhões de habitantes do local estão sem acesso a energia elétrica, água e combustíveis. Os hospitais, que operam em condições de superlotação, aceitam apenas casos de emergência, enquanto eleva-se a preocupação de que os centros de atendimento poderão ter a luz cortada em razão da falta de combustíveis. As Nações Unidas alertam que Gaza só tem entre quatro a cinco dias de abastecimento.
“Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrotérios”, advertiu o diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Fabrizio Carboni. “A miséria humana causada por essa escalada é abominável e imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis”.
A empresa estatal israelense de energia interrompeu os serviços para a região e a única central de energia elétrica do local encerrou suas atividades na terça-feira por falta de matéria-prima. Poucos geradores privados, dispersos pela Faixa de Gaza, mantêm resquícios de eletricidade. A falta de energia, como consequência, impede a preservação de alimentos, escalando a crise humanitária no pequeno e lotado trecho.