Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) já enviaram 230 tanques, 1.550 veículos blindados de combate e outros equipamentos à Ucrânia, disse Jens Stoltenberg, chefe da aliança militar, nesta quinta-feira, 27. A poderosa ajuda bélica chega ao mesmo tempo que Kiev está prestes a lançar uma contra-ofensiva contra a Rússia.
Segundo Stoltenberg, a Otan já entregou mais de 98% dos veículos de combate prometidos, bem como “grandes quantidades de munição”. Além disso, os membros da aliança e treinaram e equiparam mais de nove novas brigadas ucranianas. Estima-se que mais de 30 mil militares componham as novas brigadas.
“Isso colocará a Ucrânia em uma posição forte para continuar a retomar o território ocupado”, disse Stoltenberg a repórteres em Bruxelas.
Um dia antes, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que ele e o líder chinês, Xi Jinping, tiveram um telefonema “longo e significativo”, em seu primeiro contato desde a invasão da Rússia, há mais de um ano.
Embora Zelensky tenha dito que se sentiu encorajado pela conversa, e as autoridades ocidentais tenham recebido bem o gesto de Xi, o telefonema não parece trazer nenhuma mudança imediata nas perspectivas de paz.
A Rússia e a Ucrânia estão muito distantes da mesa de negociações, e Pequim – enquanto procura se posicionar como uma potência diplomática global – se recusou a criticar a invasão de Moscou. O governo chinês vê a Rússia como um aliado diplomático importante na oposição à influência dos Estados Unidos nos assuntos globais, e Xi visitou Moscou no mês passado.
Stoltenberg disse que os 31 aliados da Otan estão comprometidos em reforçar o exército ucraniano, acrescentando que a retomada de terras ocupadas pelas forças do Kremlin daria a Kiev uma posição mais forte se ocorrerem negociações de paz.
As posições no campo de batalha ficaram praticamente estáticas nos últimos meses, devido a uma guerra de desgaste. Moscou continua bombardeando cidades ucranianas, muitas vezes atingindo prédios residenciais e outras infraestruturas essenciais.
Pelo menos sete civis foram mortos e 33 ficaram feridos entre quarta e quinta-feira, informou o gabinete presidencial da Ucrânia. Um dos motivos foram ataques com quatro mísseis de cruzeiro Kalibr contra a cidade de Mykolaiv, no sul do país.
O governador da província de Mykolaiv, Vitalii Kim, disse que 22 prédios, 12 casas e outros edifícios residenciais foram danificados no ataque.
Os mísseis Kalibr são lançados de navios ou submarinos, e os que atingiram Mykolaiv foram disparados de algum lugar no Mar Negro, de acordo com o Comando Operacional Sul da Ucrânia.