Desde que o Rio Grande do Sul foi atingido por fortes chuvas no final do mês passado, as cenas das devastadoras enchentes, que já mataram 151 pessoas e feriram outras 806, além dos 104 desaparecidos, rodaram o planeta e comoveram líderes de países ao redor do mundo. Diversas nações já anunciaram envios de ajuda e doações ao Estado brasileiro.
Na última semana, Israel anunciou a doação de purificadores de água. O Japão também ofereceu ajuda humanitária, doando barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, galões portáteis, lonas plásticas e purificadores de água. Na terça-feira 14, os Estados Unidos, por meio da Assistência Humanitária da USAID, aprovaram um apoio imediato de 150 mil dólares (770 mil reais) às comunidades afetadas pelas enchentes.
“Minha administração está em contato com nossos parceiros brasileiros, e os Estados Unidos estão trabalhando para fornecer a assistência necessária ao povo brasileiro, em coordenação com as autoridades locais. Os Estados Unidos estão ao lado do Brasil neste momento difícil”, declarou o presidente americano, Joe Biden.
O Reino Unido também fez doações ao Estado brasileiro de itens médicos e emergenciais. Segundo o Itamaraty, os britânicos ainda manifestaram interesse em conversar com o Brasil sobre ações bilaterais futuras na gestão integral de riscos e desastres. Já o Vaticano anunciou o envio de 100 mil euros, o equivalente a 600 mil reais, para as paróquias do Rio Grande do Sul ajudarem as vítimas.
Na América Latina, a Bolívia anunciou na quarta-feira, 15, que doará alimentos, mantas, tendas de lona e de campanha às vítimas das enchentes. Outros seis países também ofereceram ajuda: Argentina, Chile, Emirados Árabes Unidos, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
A Argentina já enviou dois purificadores e 72.000 pastilhas para tratamento de água e ofereceu aeronaves e pessoal. Um helicóptero do Uruguai já atua no Rio Grande do Sul – o governo brasileiro afirmou ter precisado desmentir uma fake news de que teria recusado a ajuda do vizinho.
O Mercosul como bloco também está unindo esforços para auxiliar o Brasil na situação. A Reunião de Ministros e Altas Autoridades de Gestão de Riscos e Desastres do Mercosul está em contato com o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Desde o dia 5 de maio, os grupos de trabalho dedicados aos serviços hidrometeorológicos e alertas antecipados dentro do bloco sul-americano estão ativos. Houve um diálogo contínuo entre técnicos e especialistas dos países-membros, abordando também os impactos das enchentes nas regiões da Argentina e do Uruguai.
Balanço da tragédia
Até o momento, ao menos 151 pessoas morreram em decorrência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril. O último balanço da Defesa Civil foi divulgado na noite desta quinta-feira, 16. O número de municípios afetados subiu para 460.
Ao todo, 2.281.774 pessoas foram afetadas, sendo que 538.167 estão desalojadas e 77.199 permanecem em abrigos.
Desde o início das operações de socorro, já foram resgatadas 76.620 pessoas e 11.932 animais.
Ao todo, de acordo com o governo do Rio Grande do Sul, há um efetivo de 27.651 pessoas atuando nos resgates. A ação conta com o apoio de 4.405 viaturas, além de 45 aeronaves e 340 embarcações.