ONU direitos humanos pede para abrir escritórios na China e Índia
As nações mais populosas do mundo têm sido acusadas de abusos sistemáticos contra minorias
O chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Volker Turk, disse nesta segunda-feira, 19, que quer abrir escritórios nos dois países mais populosos do mundo, Índia e China. Ambos os países têm atraído críticas por registros de abusos aos diretos humanos, e o chefe da organização declarou que precisa de mais apoio para combater os problemas.
O órgão de direitos humanos das Nações Unidas está presente em 95 países e tem papel fundamental em denunciar suspeitos de abusos, além de trabalhar com governos para promover mudanças. No discurso de abertura do Conselho de Direitos Humanos, Turk pediu mais cooperação e falou que ações em países como Síria, Irã, Israel e Rússia estão ficando aquém do necessário.
A autoridade das Nações Unidas também afirmou acreditar que o mundo está em um “momento crítico”, 75 anos após a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
“Gostaríamos agora de aumentar o engajamento”, disse Turk. “Também acredito que é importante para nós estabelecer uma presença pela primeira vez na China e na Índia.”
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Sua declaração não suscitou reposta imediata das delegações indiana e chinesa no encontro. Um porta-voz das Nações Unidas afirmou que os dois novos escritórios foram discutidos durante reuniões com governos, mas não deu detalhes sobre a reação de Pequim e Nova Delhi.
Além disso, a expansão para a China pode ser um grande desafio para o órgão. Anos de negociação foram necessários para uma viagem da antecessora de Turk, Michelle Bachelet, em 2022, estimulada por relatos sobre a opressão de muçulmanos uigures por Pequim. A China nega qualquer abuso.
A Índia também está sob o monitoramento internacional. Os Estados Unidos disseram que abriram uma investigação sobre o aumento nos abusos de direitos no país por parte de autoridades. Nova Delhi, em resposta, garantiu que valoriza os direitos humanos.
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De forma mais ampla, Turk expressou preocupação com um “estrangulamento da sociedade civil em vários países”, sem nomear exemplos. Ele também pediu para Washington atuar com urgência contra o racismo, e ratificar seis tratados de direitos humanos, incluindo um sobre os direitos da criança.
O chefe dos direitos humanos das Nações Unidas disse ainda que deseja dobrar o orçamento de seu escritório para intensificar o monitoramento global, o que é visto por países críticos como uma afronta à sua soberania. O órgão constitui um dos quatro “pilares” das Nações Unidas, mas recebe apenas 4% do orçamento geral.