Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

ONU condena lei do Talibã que proíbe mulheres de falarem em público: ‘Angustiante’

Norma sobre a 'promoção da virtude e prevenção do vício' contém 35 artigos e é baseada, segundo os líderes talibãs, nos preceitos do islamismo

Por Da Redação
Atualizado em 26 ago 2024, 17h13 - Publicado em 26 ago 2024, 17h12

A chefe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA), Roza Otunbayeva, afirmou neste domingo, 25, que a nova lei do Talibã, que proíbe mulheres de falarem e de mostrarem o rosto em público, é uma “visão angustiante para o futuro” do país. Em comunicado, ela advertiu que a norma, anunciada na semana passada pelo Ministério da Justiça do Talibã, amplia “as restrições já intoleráveis ​​aos direitos das mulheres e meninas afegãs” e “até mesmo o som de uma voz feminina fora de casa é considerado uma violação moral”.

“A comunidade internacional tem buscado, de boa fé, se envolver construtivamente com as autoridades (afegãs)“, disse ela. “O mundo quer ver o Afeganistão no caminho da paz e da prosperidade, onde todos os afegãos têm interesse em seu futuro, são cidadãos com direitos e não apenas sujeitos a serem disciplinados. Restringir ainda mais os direitos do povo afegão e manter um medo constante tornará a obtenção desse objetivo ainda mais difícil.”

O presidente da Associação de Advogados Afegãos, Mir Abdul Wahid Sadat, disse que a nova lei “contradiz os princípios fundamentais do Islã, (no qual) a promoção da virtude nunca foi definida por meio da força, coerção ou tirania”. Em entrevista à agência de notícias afegã Rukhshana Media, ele também advertiu que o documento “não apenas viola as leis nacionais do Afeganistão, mas também contradiz amplamente todos os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

+ Talibã afasta mais de 280 homens sem barba das forças de segurança

Continua após a publicidade

Entenda a lei

A “Lei sobre a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício” contém 35 artigos e é baseada, segundo os líderes do Talibã, nos preceitos do islamismo. Agora, mulheres são obrigadas a cobrir “completamente seus corpos na presença de homens que não pertençam à sua família” e a não falarem em público “ao saírem de casa por necessidade”. O texto também veta o transporte de mulheres sozinhas ou na companhia de um homem que não seja da sua família.

Grupos internacionais, por sua vez, afirmam que o país vive um “apartheid de gênero”.

Além de questões direcionadas às mulheres, a lei determina que homens devem usar barba e que a população deve participar de cinco orações diárias. Amizades com não muçulmanos foram barradas. O cerco também proíbe o adultério, jogos de azar e homossexualidade. Em caso de descumprimento, o infrator será alvo de punições progressivas, desde advertências e prisões preventivas até acusações formais na Justiça.

Continua após a publicidade

Segundo o comunicado da UNAMA, apenas “dois artigos da lei constituem passos positivos, nomeadamente proibindo os maus-tratos a órfãos, bem como a proibição da prática de Bacha Bazi, a pedofilia que envolve o uso de jovens rapazes para entretenimento pessoal e abuso sexual.”

+ Mulheres afegãs: sem universidades, salões de beleza e pontos turísticos

Mulheres no Afeganistão

Na semana passada, a missão da ONU no Afeganistão relatou casos de funcionários do Ministério da Moral detiveram mulheres, às vezes por algumas horas, por não corresponderem à sua interpretação do vestuário islâmico.

Continua após a publicidade

O Talibã liderou o país de 1996 a 2001. Depois de retomar o poder em 2021, tentou projetar uma imagem mais moderada para obter apoio. Embora tenha feito inúmeras promessas à comunidade internacional de que protegeria os direitos das mulheres, a postura linha dura não parece ter mudado: mulheres não são permitidas em escolas, academias ou parques e, mais recentemente, foram barradas de trabalhar para a ONU.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.