A ONG Iran Human Rights divulgou um documento neste domingo, 9, informando que 185 pessoas teriam sido mortas na onda de protestos no Irã após a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, por supostamente usar de “maneira imprópria” o hijab, lenço que cobre a cabeça das mulheres islâmicas. A lista inclui ao menos 19 menores de idade. A entidade informou que ainda busca informações para confirmar a idade das vítimas com menos de 18 anos e cobrou que líderes do país sejam responsabilizados.
Segundo a entidade, as mortes contabilizadas foram registradas em 17 províncias e ocorreram principalmente nos dias 21, 22 e 30 do mês passado – as manifestações tiveram início em 17 de setembro, um dia depois da morte de Mahsa, detida pela polícia de moralidade na região do Curdistão. A prisão foi realizada no dia 13 e a jovem estava sob custódia da polícia quando morreu, três dias depois.
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, chegou a afirmar que a ocorrência “certamente deve ser investigada” e autoridades alegaram que ela sofreu um ataque cardíaco na prisão. No entanto, ativistas e a família de Mahsa suspeitam que ela sofreu um golpe na cabeça que teria provocado um traumatismo craniano. Dessa forma, os protestos continuaram.
A Iran Human Rights acusa agentes de realizar a gravação e transmissão de falsas confissões e de fazer com que pessoas deem depoimentos à força. “Em muitos casos, particularmente os de meninas, as forças de segurança submeteram famílias a prisões, coerção e coação para forçá-las a anunciar a morte de seus filhos como suicídio diante das câmeras ou mantê-las quietas.” A entidade disse também que as prisões em massa continuam sendo realizadas e atingem ativistas e manifestantes dos direitos civis.
O número de mortos pode ser maior, de acordo com a ONG, tendo em vista problemas de segurança para verificar os casos e o fato de a internet ter sido desligada.