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Onda de frio nos EUA: nariz e dedos podem necrosar em cinco minutos

As temperaturas negativas motivam a operadora de trens de Chicago a "colocar fogo" em seus trilhos e são capazes de congelar um ovo à temperatura ambiente

Por Da redação
Atualizado em 31 jan 2019, 16h17 - Publicado em 31 jan 2019, 16h11
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  • O fenômeno do vórtice polar vem provocando uma onda de frio intensa nos Estados Unidos, com temperaturas negativas que superam as medições na Antártica. Em alguns estados no norte do país, os termômetros chegaram a marcar -53 graus Celsius.

    A condição extrema, muitas vezes letal, pode em até cinco minutos necrosar as extremidades do corpo de quem se expõe ao ar livre, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. O fenômeno é chamado de “frostbite“.

    O Serviço também ligou o alerta de um “voto de silêncio” pelo bem dos pulmões, primeiras vítimas do clima frio e seco que tomou o país. “O ar seco e gelado pode irritar os pulmões, causar falta de ar, e servir de gatilho para ataques de asma e outras doenças respiratórias relacionadas”, afirmou em comunicado a Associação Americana de Pulmão.

    Além de não poderem andar livremente sob o risco de sofrerem queimaduras ou até mesmo necroses nas pontas do dedo ou do nariz, os americanos estão tendo de enfrentar em seu cotidiano vários outros obstáculos causados pelo frio.

    Em Chicago, por exemplo, vídeos que circulam em redes sociais mostram as linhas de trens da cidade “pegando fogo”. As chamas, que na verdade são acesas paralelamente aos trilhos, são uma estratégia da empresa Metra para que o metal da estrutura se expanda, tentando evitar rachaduras e a obstrução por gelo dos caminhos da composição. Com temperaturas que devem alcançar os -30 graus nesta quinta-feira, 31, a cidade foi apelidada de “Chiberia” pelos locais, em uma referência à fria região russa da Sibéria.

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    O Centro-Oeste e Nordeste do país devem ser as regiões mais afetadas, segundo a CNN. A estimativa é que 75% da população dos Estados Unidos, o que significa cerca de 220 milhões de pessoas, sejam atingidos pelas temperaturas extremas nesta semana. Apesar dos riscos, muitos deles escolhem uma abordagem descontraída da situação, em desafios que mostram o quão congelante é a vida abaixo de zero.

    Um bom exemplo são os muitos americanos que aderiram ao desafio de congelar um ovo em temperatura ambiente. Em Iowa, onde as temperaturas alcançaram 43 graus negativos, usuários alcançaram o objetivo em apenas 8 minutos. Em outros estados, pessoas relataram ter conseguido o feito em menos de 15 minutos, e alguns nem quebraram a casca para obter o resultado.

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    Outro teste, muito popular, é o de congelar água fervente no ar: para isso, as pessoas jogam copos de água quente para o alto, o que imediatamente transforma o líquido em cristais de gelo. Professora de ciências em Peoria, Illinois, Kathy Peake Morton aproveitou o cancelamento das aulas no estado para aderir ao experimento.

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    No Arkansas, onde as temperaturas alcançaram 6 graus negativos, bolhas de sabão também viraram gelo em contato com o ar.

    E enquanto a água congelada toma o protagonismo, a cerveja sai de cena. Em algumas regiões do Centro-Oeste americano todas as entregas da bebida foram canceladas, já que mesmo os rótulos mais alcoólicos congelariam ainda dentro dos caminhões, inviabilizando o consumo. A situação causou grandes prejuízos às transportadoras e a única alternativa, transportar a cerveja em contêineres aquecidos, não supre a demanda do produto nem mesmo em cidades pequenas do Minnesota, estado mais afetado pela onda de frio, dada a frota reduzida de veículos do tipo.

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    Saúde pública

    O prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, afirmou à AFP que “existe um risco à saúde pública que deve ser tratado de maneira apropriada e com união de esforços, já que as condições atuais podem ser letais.” Oficialmente, oito pessoas já morreram desde o início da onda de frio, que deve ser a mais severa da história em 12 estados. Em cidades de Minnesota, a temperatura atingiu o recorde, -54 graus.

    (Com AFP, AP, Reuters) 

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