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O que se sabe até agora sobre a ação de resgate dos meninos na Tailândia

Equipes internacionais colaboraram para salvar as treze pessoas por meio de um arriscado trajeto submerso

Por Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h15 - Publicado em 10 jul 2018, 10h53

O último garoto e o treinador do time de futebol adolescente que havia ficado preso em uma caverna inundada no norte da Tailândia por mais de duas semanas foram retirados na manhã desta terça-feira. O time estava nas cavernas de Tham Luang, cerca de uma hora ao norte de Chiang Rai e próximo à fronteira entre a Tailândia e Mianmar. A operação de resgate para retirar os doze meninos e seu técnico teve início no último domingo 8 – a missão durou três dias, pois os meninos tiveram que sair um de cada vez, através de túneis estreitos e inundados, que serpenteavam ao longo de quase 5 quilômetros. Os meninos, integrantes do time de futebol Javali Selvagem, tinham idades entre 12 e 17 anos.

Os meninos não sabiam nadar

Pouco se sabe oficialmente sobre detalhes da operação, guiada pelos mergulhadores profissionais. As autoridades tailandesas souberam manter em sigilo tanto as técnicas e os recursos usados no salvamento como os cuidados posteriores dados ao time no hospital. Muito se sabe por meio de testemunhas que acompanharam o drama nos últimos dias e tudo indica que nenhum dos meninos sequer sabia nadar.

Por causa do baixo teto da caverna e da falta de experiência dos adolescentes, a operação era considerada de alto risco – mergulho em caverna, mesmo de pessoas treinadas, é considerado uma das modalidades mais arriscadas da atividade. Dificultando ainda mais o resgate estava a saúde debilitada pelas semanas na caverna, sem comida e com ar de má qualidade, de boa parte do time. Além disso, a morte de um mergulhador profissional durante a operação de resgate aumentou as preocupações.

Cada garoto com dois mergulhadores

Um médico com experiência em mergulho de cavernas entrou e avaliou a saúde de cada um dos treze. Os mais saudáveis eram liberados primeiro, de acordo com informações dadas pelas famílias dos garotos. Cada menino era auxiliado por dois mergulhadores, um o carregava próximo ao corpo, ajudando-o a nadar, enquanto o outro seguia ao lado. Em alguns momentos era necessário retirar o cilindro de ar das costas dos socorristas e dos resgatados para que pudessem passar pelos caminhos mais estreitos – nesses momentos, um dos mergulhadores levava os cilindros enquanto o outro empurrava o menino pela passagem.

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O cuidado com os riscos de pânico

O presidente do Cave Diving Group, grupo britânico que auxiliou nos resgates, explicou à rede BBC que a maior preocupação era com a possibilidade de que os meninos entrassem em pânico durante a saída, pondo em risco o pouco ar que havia no cilindro. Por isso, a equipe optou por enviar dois mergulhadores para cada menino,  a fim de garantir que eles se sentissem seguros.

O percurso até a saída, que era a favor da correnteza de água, demorava aproximadamente cinco horas. Graças a dias de drenagem mecânica dos túneis inundados e uma pequena trégua nas chuvas, em alguns trechos era possível caminhar e se arrastar por espaços estreitos.

O treinador foi o último a sair

Quatro crianças foram resgatadas no primeiro dia da operação (domingo 8), outros quatro foram retirados nesta segunda e os últimos cinco, hoje. Por diversas vezes a missão teve de ser interrompida por causa das chuvas, que a todo momento ameaçava alagar novamente a caverna. A retirada do técnico foi a mais complicada, já que seu corpo é maior que o dos meninos e havia espaços da caverna muito apertados para que dois adultos passassem. Os detalhes de como essa questão foi solucionada ainda não foram revelados.

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A cautela com a saúde

Conforme o time era resgatado, seus membros eram levados para um hospital tailandês para exames, próximo à região da capital da província, Chiang Rai. Alguns dos meninos apresentam graves debilidades devido à desnutrição e desidratação. Além disso, por terem passado semanas no escuro, os resgatados precisavam utilizar óculos de sol durante suas primeiras horas fora da caverna, para evitar o incômodo e a possibilidade de danos visuais tanto pela luz natural quanto artificial.

O time ainda é monitorado para evitar a possibilidade de que algum problema respiratório se desenvolva – como uma broncopneumonia, que poderia levar a um choque séptico devido o grau de debilitação de alguns dos garotos. As equipes médicas também avaliam riscos de hipotermia e histoplasmose, conhecida como “doença da caverna”, é causada por um fungo aspirado, muitas vezes presente nas fezes secas de morcegos que habitam grutas, túneis e cavernas. A histoplasmose pode causar sangramento nos pulmões e levar à morte. Segundo informou a imprensa local, até o momento o quadro de todos os membros do time é estável.

O governador de Chiang Rai, Narongsak Osottanakorn, chamou a operação de resgate de “Time das Nações Unidas”, pois envolveu diversas nacionalidades. Profissionais e voluntários de países como Reino Unido, Israel, China, Mianmar, Laos, Austrália, Estados Unidos e Japão se deslocaram para ajudar os tailândeses. Algumas companhias, como a de Elon Musk, enviaram equipamentos para auxiliar tanto no resgate quanto na drenagem da água no interior da caverna.

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Os resgatados foram cumprimentados por líderes internacionais, como Donald Trump, e receberam convites da Fifa para assistir ao vivo à final da Copa do Mundo, em Moscou, e do Manchester United para conhecerem o time e assistir a jogos na Inglaterra. No momento, a equipe não apresenta condições de saúde para aceitar os convites.

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