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O que discurso do vice de Trump significa para o Partido Republicano

Senador J.D. Vance, colega de chapa do ex-presidente dos EUA, promete lutar pelos trabalhadores 'esquecidos' e cria narrativa de 'american dream' trumpista

Por Da Redação
Atualizado em 18 jul 2024, 17h27 - Publicado em 18 jul 2024, 09h11

No primeiro discurso desde que foi anunciado como candidato a vice-presidente na chapa republicana com Donald Trump, o senador de Ohio J.D. Vance focou suas origens para criar uma nova narrativa de american dream (sonho americano) trumpista, de forma a conquistar o que vem se tornando a base eleitoral do Partido Republicano – trabalhadores brancos de classe média baixa, muitos dos quais não têm ensino superior. Na quarta-feira, 17, ao narrar sua própria história de superação, ele prometeu lutar pelos trabalhadores “esquecidos”.

Vance, 39 anos, nasceu na região de Appalachia, em Ohio, numa cidade industrial. Segundo ele, foi uma infância difícil até conseguir chegar à Marinha dos Estados Unidos, ao curso de direito na prestigiada Universidade de Yale e depois ao Senado, em 2022. Sua história certamente inspirou parcialmente seu livro Era Uma Vez um Sonho, que virou filme da Netflix indicado ao Oscar. O argumento aqui, diante da plateia de eleitores republicanos, era simples: apesar de ele estar em uma posição de poder hoje, entende suas lutas cotidianas.

“Eu cresci em Middletown, Ohio, uma pequena cidade onde as pessoas falavam o que pensavam, construíam tudo com as mãos e amavam Deus, sua família, sua comunidade e seu país de todo o coração”, disse Vance. “Mas também foi um lugar que foi deixado de lado e esquecido pela classe dominante americana em Washington.”

Valor estratégico

Ele acusou “políticos de carreira”, como o presidente americano, Joe Biden, de destruir comunidades como a sua com iniciativas comerciais malfadadas e guerras externas. (Aproveitou também para cutucar o democrata, dizendo que Biden estava há mais tempo na política do que ele próprio estava vivo).

“A visão do presidente Trump é tão simples e, ao mesmo tempo, tão poderosa”, disse ele. “Estamos fartos, senhoras e senhores, de servir Wall Street. Vamos nos comprometer com o trabalhador.”

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+ Quem é J.D. Vance, senador que Trump escolheu como vice

Em um sinal do seu valor potencial para a chapa, Vance também apelou às classes média e trabalhadora nos estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, especificamente – três swing states, aqueles estados em que nenhum dos partidos possui maioria, e que,
portanto, qualquer um pode vencer e provavelmente decidirão as eleições de 5 de novembro.

Futuro do partido

A estreia de Vance no horário nobre, menos de dois anos depois de assumir o primeiro cargo público, coroou uma ascensão meteórica do millennial republicano. Que só foi possível, aliás, devido à adesão à “direita dura” trumpista – ele ascendeu ao Senado nas midterms de 2022, eleições locais e legislativas fincadas no meio do mandato presidencial, apenas após receber o endosso de Trump.

Ex-desafeto que chegou a chamá-lo de “Hitler americano”, Vance comia poeira naquela disputa quando declarou seu arrependimento e caiu nas graças do ex-­presidente. Três semanas depois, venceu a corrida legislativa. que coincidiu com a sua transformação de um feroz detrator de Trump num dos seus mais devotados defensores, mesma trajetória que percorreram, por exemplo, os senadores Ted Cruz e Marco Rubio.

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+ E se ele voltar? Como eventual vitória de Trump pode chacoalhar o mundo

Aos 39 anos, Vance também é visto como um dos prováveis herdeiros de Trump, o que consolida uma transição que vem acontecendo dentro do Partido Republicano. Antes uma legenda do establishment, repleta de políticos experientes com uma postura mais pró-negócios, agora virou um movimento antissistema, movido por agruras e ressentimentos do grupo que se tornou sua base eleitoral, com uma bela pitada de tendências antidemocráticas e bastante populismo.

A escolha de Vance como vice, para opositores de Trump, pressagia um momento sombrio caso a chapa seja eleita e cumpra as promessas de campanha para expandir o poder da presidência, buscar vingança dos inimigos e ameaçar o Estado de direito.

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