Dois conselheiros do ex-presidente americano Donald Trump apresentaram ao republicano um plano para acabar com a guerra na Ucrânia, a ser adotado pela Casa Branca caso Trump vença as eleições de novembro, de acordo com uma reportagem publicada pela agência de notícias Reuters nesta terça-feira, 25.
Sob o acordo, traçado pelo general da reserva Keith Kellog e Fred Fleitz, ambos chefes do Conselho Nacional de Segurança durante a Presidência de Trump, os EUA só continuariam o envio de armas ao Exército ucraniano caso o país entrasse em negociações de paz. Em relação à Rússia, Washington alertaria que qualquer recusa de uma trégua resultaria em um maior apoio americano à Ucrânia.
Segundo o plano, o cessar-fogo seria baseado nas linhas de batalha prevalecentes durante as negociações de paz. Segundo a Reuters, os dois conselheiros já apresentaram a estratégia a Trump, que respondeu favoravelmente.
O porta-voz do republicano, Steve Cheung, disse que a declaração poderia ser considerada oficial.
“O presidente Trump afirmou repetidamente que uma prioridade máxima no seu segundo mandato será negociar rapidamente o fim da guerra Rússia-Ucrânia”, disse Cheung.
Em outras ocasiões, o ex-presidente afirmou que conseguiria resolver a guerra entre Rússia e Ucrânia caso derrotasse o atual presidente dos EUA, Joe Biden. Caso seja aceita, a proposta marcaria uma grande mudança na posição dos EUA em relação ao conflito.
Em resposta, o Kremlin afirmou que qualquer plano de paz proposto por um futuro governo Trump teria que refletir na realidade local, mas que o presidente russo, Vladimir Putin, permanece aberto a negociações.
“O valor de qualquer plano reside nas nuances e em levar em conta a situação real no terreno”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência de notícias Reuters. “O presidente Putin disse repetidamente que a Rússia tem estado e continua aberta a negociações, tendo em conta a situação real no terreno”.
Detalhes do plano
Os elementos centrais que estão no possível acordo de cessar-fogo foram escritos em um documento de pesquisa publicado pelo America First Policy Institute, um think tank aliado a Trump e onde Kellog e Fleitz ocupam posições de liderança. De acordo com Kellog, é crucial levar a Rússia e Ucrânia à mesa de negociações caso Trump vença as eleições.
“Falaremos aos ucranianos: ‘Vocês têm de sentar-se à mesa e, se não vierem à mesa, o apoio dos Estados Unidos acabará'”, disse ele.
Até o momento, os Estados Unidos gastaram mais de US$ 70 milhões em ajuda militar à Ucrânia desde que a invasão russa começou, em 24 de fevereiro de 2022. Putin já comentou que a guerra poderia terminar caso o governo ucraniano abandonasse as ambições de aderir à Otan, a principal aliança militar ocidental.