Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O ninho ficou vazio: a despedida de Angela Merkel do poder

Chanceler comandou a Alemanha por dezesseis elétricos anos, tornando-se uma das vozes mais respeitadas do mundo

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 dez 2021, 08h23 - Publicado em 23 dez 2021, 06h00

Logo antes de deixar o palco onde se firmou como uma das mulheres mais bem-sucedidas na história dos regimes democráticos, Angela Merkel admitiu, em seu estilo sem voltas profundamente alemão, que não ia ser “nada fácil ver minhas tarefas executadas por outra pessoa”. A frase, pronunciada pela chanceler que comandou a Alemanha por dezesseis elétricos anos tornando-se uma das vozes mais respeitadas do mundo, é compreensível: sua temporada no poder envolveu desafios do quilate de capitanear uma das maiores economias do planeta quando o sistema financeiro global derretia, manter a União Europeia de pé depois da ferida aberta pelo Brexit e, agora, brigar pela liberação de um pacote trilionário que já suaviza os estragos da pandemia no caixa dos países da UE. Sob suas rédeas, a Alemanha enriqueceu e abraçou para valer a agenda ambiental deste século.

Aos 67 anos, conhecida como Mutti (mãe em alemão), pelo temperamento calmo com que teceu costuras diplomáticas cedendo daqui e dali — às vezes até demais —, compensou no pragmatismo o que lhe faltou em carisma. Com a proximidade da aposentadoria, anunciada em 2018, a política nascida na banda oriental do país e guindada ao picadeiro do poder por Helmut Kohl, o líder da reunificação após a queda do Muro de Berlim, deu sinais de começar a baixar a guarda, como quando se deixou fotografar rodeada de pássaros silvestres por todos os lados. Merkel sai de cena desocupando a liderança da Europa, ainda sem um nome à altura para exercê-la. Candidatos há, porém ninguém com sua força. Do lado alemão, o novo chanceler, Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata, não mostrou em sua já longa estrada sob os holofotes — foi ministro das Finanças e vice-chanceler na coalizão com a União Democrata (CDU) de Merkel — as qualidades que fizeram sua antecessora mudar as feições do continente.

Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.