O aumento do nível de água do rio Danúbio, que atravessa Alemanha, Eslováquia, Áustria, Hungria e Sérvia, continua a trazer problemas nesta terça-feira, 4, para cidades do sul alemão. Ao menos cinco pessoas morreram pelas enchentes causadas pelo transbordamento do rio, em razão de fortes chuvas, na Baviera e em Baden-Württemberg.
As tempestades chegaram ao fim há dias, mas as águas do Danúbio permanecem elevadas. Na manhã desta terça-feira, o rio alcançou a marca de 6,86 metros. Na cidade de Passau, onde três rios se encontram (Danúbio, Inn e Ilz), o alagamento está prestes a chegar a 10 metros de altura, o maior registro em uma década na Alemanha.
Frente ao dilúvio, o transporte de carga foi interrompido no rio Reno e em outras regiões ao sul. Na área de Rosenheim, situada na Baviera, foi declarado estado de emergência. Segundo o primeiro ministro bávaro, Markus Söder, a situação é “séria e crítica”. Espera-se, contudo, que o nível de água abaixe nos próximos dias. Mas a cheia momentânea também provoca dor de cabeça para outros países cortados pelo rio.
Na terceira maior cidade da Áustria, Link, regiões próximas ao rio ficaram submersas. O fenômeno traz à memória dos moradores a desastrosa enchente de 2002, responsável por deixar um quinto da cidade debaixo d’água. Na Hungria, por sua vez, não há sinal de trégua meteorológica, com previsões de fortes chuvas até sexta-feira. Segundo a Direção Nacional de Águas, a situação no território húngaro muda de hora em hora.
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Mudança climática
Um estudo divulgado nesta segunda-feira, 3, pela World Weather Attribution (WWA) advertiu que a mudança climática provocada pelo homem dobra as chances de chuvas histórias ao redor do mundo. A pesquisa indica que, caso a temperatura global suba em 2°C, eventos climáticos extremos, como as tempestades que atingiram o Rio Grande do Sul (RS), serão duas vezes mais comuns, intensas e destrutivas.
Para evitar o aquecimento global, seria necessário que emissões de gases do efeito estufa, resultado da queima de petróleo, gás e carvão, fossem controladas. Frente aos problemas na Alemanha, o alerta foi ecoado pelo chanceler Olaf Scholz, que afirmou que as inundações no país são um lembrete sobre a importância de “travar as alterações climáticas provocadas pelo homem”.