Número de mortos chega a 217 e rei da Espanha é alvo de protestos em Valência
Comitiva visitava região destruída por enchentes quando foi abordada por grupo que jogou lama e acusou autoridades de falhas para alertar a população
A visita da comitiva do rei Felipe VI a uma das regiões mais afetadas pelas chuvas que atingiram Valência, na Espanha, foi marcada por insultos, acusações de negligência e até arremesso de lama nas autoridades neste domingo, 3. Os protestos ocorreram durante a visita do rei espanhol, da da rainha Letizia e do primeiro-ministro Pedro Sanchez em Paiporta, município gravemente impactado pelas chuvas desta última quarta-feira, 30. O número de mortos pela tragédia subiu para 217.
Segundo a agência de notícia Reuters, o rei da Espanha chegou a consolar moradores que choravam e a rainha cumprimentou bombeiros, mas centenas de moradores os cercaram e os chamaram de “assassinos”. Depois, jogaram lama e afirmaram que o governo local não emitiu alertas sobre os possíveis danos que a tempestade poderia causar.
As autoridades locais afirmam que trabalharam com as informações disponíveis e e Sanchez afirmou que possíveis atos de negligência devem ser investigados.
A tempestade deixou regiões de Valência submersas. Carros foram arrastados, ruas ficaram cobertas por lama e detritos, pessoas tiveram de se proteger da força da água em árvores e outras acabaram arrastadas. Ainda há desaparecidos.
Força-tarefa
Neste sábado, 2, o primeiro-ministro espanhol anunciou o envio de mais de 10 mil agentes das forças de segurança para a região de Valência. Há ainda a mobilização de voluntários, que têm ajudado na limpeza das áreas mais afetadas.
Também neste sábado, foi organizada a primeira equipe com 2.500 voluntários que atuaram em turnos e sob orientação de funcionários dos municípios afetados.
A força-tarefa inclui ainda grupos de saúde para evitar a propagação de doenças e verificar os riscos de disseminação de patógenos por causa das enchentes. Uma reunião neste domingo deve definir as frentes de ação e contará com a participação de órgãos como o Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias, Direção Geral de Saúde Pública do Ministério da Saúde e a Agência Espanhola de Medicamentos.