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Nobel da Paz de líder de Mianmar será mantido, diz fundação

Chefe da Fundação Nobel reconheceu que atitudes de Suu Kyi diante de massacre de rohingyas são “lamentáveis”, mas afirmou que prêmio será mantido

Por Da Redação
Atualizado em 2 out 2018, 16h36 - Publicado em 2 out 2018, 12h47
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  • Algumas das ações tomadas por Aung San Suu Kyi como líder civil de Mianmar são “lamentáveis”, mas o Prêmio Nobel da Paz concedido a ela não será retirado, disse o chefe da Fundação Nobel em entrevista concedida à Reuters.

    Lars Heikensten, que se pronunciou dias antes da concessão do prêmio deste ano, disse que não faz sentido retirar prêmios em razão de fatos que aconteceram após a entrega, já que os membros do comitê teriam que debater os méritos dos laureados constantemente.

    Em agosto, investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiram um relatório que acusa os militares de Mianmar de realizar execuções em massa de muçulmanos rohingyas com “intenção genocida”, em uma operação que levou mais de 700.000 refugiados a fugirem para Bangladesh pela fronteira.

    Suu Kyi, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991 por fazer campanha pela democracia e hoje lidera o governo de Mianmar, foi acusada no mesmo relatório de não usar sua “autoridade moral” para proteger os civis.

    “Vemos que o que ela tem feito em Mianmar vem sendo muito questionado, e defendemos os direitos humanos, este é um dos nossos valores centrais”, disse Heikensten em entrevista na sexta-feira 28.

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    Mianmar rejeitou as conclusões da ONU, que classificou como “unilaterais”. Segundo o governo do país, a ação militar, ocorrida após ataques de militantes às forças de segurança em agosto do ano passado, foi uma operação de contrainsurgência legítima.

    No mês passado, Suu Kyi disse que, em retrospecto, seu governo poderia ter lidado melhor com a situação no Estado de Rakhine, mas não reconheceu nenhum crime grave contra os rohingyas.

    “Não acreditamos que faria sentido tentar retirar prêmios… Isso nos envolveria em discussões constantes sobre os méritos do que as pessoas estão fazendo mais tarde, depois de terem recebido o prêmio”, disse Heikensten.

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    “Sempre houve e haverá laureados do Nobel que estão fazendo coisas depois de terem recebido o prêmio que não aprovamos ou que não achamos ser coisas corretas. Isso não podemos evitar, acho”, acrescentou.

    O Prêmio Nobel da Paz de 2018 será anunciado na sexta-feira 5.

    (Com Reuters)

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