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No G7, Trump diz que ainda é muito cedo para reunião com Irã

Chanceler iraniano fez visita surpresa à reunião e se encontrou com Emmanuel Macron em meio a tensão com os Estados Unidos

Por Da Redação
Atualizado em 26 ago 2019, 11h58 - Publicado em 26 ago 2019, 11h42

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 26, que ainda é “muito cedo” para uma reunião com o chanceler do Irã, que fez uma visita surpresa à reunião do G7 no fim de semana, mas insistiu que Washington não busca uma mudança de regime em Teerã.

“Acredito que é muito cedo para uma reunião”, declarou Trump em uma entrevista coletiva, antas de afirmar que estava a par da visita do ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, para conversas informais.

“Sabia da visita”, disse Trump sobre a viagem do chanceler, que foi organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em uma tentativa de desbloquear as negociações diplomáticas sobre o programa nuclear de Teerã.

“Estava a par de tudo que (Macron) estava fazendo e aprovei”, completou o presidente americano, ao afirmar que o governante francês havia solicitado sua “aprovação”.

O acordo nuclear de 2015, concretizado após negociações árduas entre as potências ocidentais e o Irã, ficou em suspenso após a saída abrupta em 2018 do governo dos Estados Unidos, que voltou a impor sanções a Teerã, o que afeta a economia iraniana.

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Macron tenta desativar as tensões há vários meses e encontrar formas de retomar o diálogo. Nesse sentido, organizou a reunião com Zarif.

Trump insistiu que Washington está interessado apenas em deter as ambições nucleares de Teerã: “Não estamos buscando uma mudança de regime. Vejam como isso funciona (em outros países. O que queremos é muito simples… não nuclear”.

O americano afirmou ainda que o G7 está unido na questão do Irã com o objetivo comum de garantir que este país não adquira armamento nuclear.

Diálogo

Também nesta segunda, o presidente do Irã, Hassan Rohani, defendeu a opção do diálogo para resolver a crise a respeito do programa nuclear do país, em resposta às críticas da ala dura do regime após a visita de Zarif ao G7.

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“Acredito que devemos usar todos os instrumentos para servir os interesses nacionais”, afirmou Rohani, em um discurso exibido ao vivo pela televisão estatal. “Se eu sei que vou a uma reunião que pode levar à prosperidade do meu país e resolver os problemas da população, não hesito nem por um instante”, completou.

“O essencial é o interesse nacional”, insistiu, sob os aplausos do público, durante um evento sobre as realizações do governo nas zonas rurais.

Viagem ‘infeliz’

Nesta segunda, o jornal ultraconservador Kayhan chamou de “infeliz” a viagem do ministro à França, por considerar que envia uma “mensagem de fragilidade e desespero”.

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Essas iniciativas “são empreitadas sob a ótica imaginária de uma abertura, mas isso não vai dar nenhum resultado além de mais insolência e pressão” por parte dos Estados Unidos, insistiu o jornal.

O representante dos Guardiães da Revolução também viu nesse movimento esforços em vão.

“Sua hostilidade em relação à Revolução Islâmica e a este conflito são sem fim. Não podemos chegar a uma solução, ou a uma reconciliação pelo diálogo”, afirmou Abdollah Haji-Sadeghi.

“Não devíamos esperar o que quer que seja além de hostilidade”, completou, segundo a agência de notícias Isna.

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Força e diplomacia

Já o jornal reformista Etemad classificou a visita de Zarif como o “momento mais promissor” desde a saída de Washington, há quinze meses, do pacto nuclear.

“Dados os esforços mobilizados por Macron nos últimos meses, esperamos que as respostas de Trump às ideias de Macron tenham sido a principal razão do deslocamento de Zarif a Biarritz”, escreveu o jornal.

Em meio aos ataques misteriosos a navios na região estratégica do Golfo, drones abatidos e petroleiros apreendidos, temeu-se uma escalada fora de controle nas tensões entre Irã e Estados Unidos.

Embora defenda o diálogo, o presidente Rohani disse também ser a favor do uso concomitante da linha dura.

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“Se apreenderem nosso navio em qualquer lugar, negociamos e também podemos reter seu navio por razões legais”, explicou.

Ele se referia à situação do petroleiro iraniano retido ao longo da costa de Gibraltar e que foi liberado pelas autoridades britânicas na semana passada. Nesta segunda, Teerã afirmou que vendeu o petróleo que era transportado pelo navio.

“Podemos trabalhar com as duas mãos (…), a mão da força e a mão da diplomacia”, observou. “Temos de usar nossa força militar e de segurança, nossa força econômica e cultural e nossa força política. Temos de negociar. Temos de encontrar soluções”, declarou.

(Com AFP)

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