O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo, 22, que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão intensificando suas operações para “mudar o equilíbrio de poder no norte”, onde o país faz fronteira com o Líbano, ao realizar ataques contra o Hezbollah e neutralizar disparos da milícia libanesa financiada pelo Irã.
Durante um discurso no quartel-general militar de Kirya, em Tel Aviv, o premiê israelense disse que as missões tinham como objetivo destruir milhares de mísseis e foguetes da milícia libanesa, que é aliada do grupo terrorista palestino Hamas, que vem disparando foguetes contra cidades no norte israelense.
“Para aqueles que ainda não entenderam, quero esclarecer a política de Israel”, disse Netanyahu, se referindo ao Hezbollah. “Não esperamos por uma ameaça, nós a antecipamos. Em todos os lugares, em todos os cenários, a qualquer hora.”
Após o discurso, o exército israelense anunciou que planejava intensificar as operações militares contra o Hezbollah. Os militares justificam que os ataques são necessários para permitir que os cidadãos forçados a fugir do norte do país, devido à troca de disparos entre as FDI e a milícia libanesa, retornem às suas casas.
O porta-voz do governo israelense, David Mencer, já havia afirmado que Israel fará o que for preciso por meio da diplomacia ou por meio de meios militares para proteger a fronteira do norte. “É o que qualquer outro país faria”, acrescentou ele.
Novos ataques ao Líbano
Um dia depois da declaração de Netanyahu, Israel lançou uma nova onda de bombardeios contra o sul do Líbano, matando pelo menos 274 pessoas e deixando mais de 1.000 feridas, incluindo crianças, mulheres e médicos.
A fuga de moradores do sul do Líbano provocou congestionamento nas vias do país, relataram as emissoras locais. Israel também enviou cerca de 60 mil ligações telefônicas automatizadas e mensagens de texto para cidadãos libaneses ordenando que eles deixassem suas casas.
A tensão entre Israel e Hezbollah se intensificou após as explosões de centenas de pagers e walkie-talkies utilizados pelos membros da milícia libanesa em um ataque atribuído a Tel Aviv, na semana passada. As explosões deixaram ao menos 37 pessoas mortas e cerca de 4 mil feridas.