Imagens aéreas tiradas pela Marinha dos Estados Unidos mostram o momento que um navio de guerra chinês quase colidiu com um destróier americano no Mar do Sul da China no último domingo (30).
A embarcação dos Estados Unidos fazia uma operação próxima dos corais das Ilhas Spratly, reivindicados por Pequim, quando o destróier chinês Lanzhou se aproximou para tentar expulsá-la. Segundos especialistas, os dois navios ficaram a poucos segundos de uma colisão.
Na terça-feira (2), a China acusou os americanos de desrespeitarem sua soberania com a entrada da embarcação na região, que é disputada por diversos países asiáticos.
Segundo o porta-voz do Ministério Nacional de Defesa chinês, Wu Qian, as relações entre as duas nações foram “severamente prejudicadas” pela entrada do destróier de mísseis teleguiados USS Decatur “em águas de ilhas e recifes chineses do Mar do Sul da China no dia 30 de setembro”.
Os Estados Unidos, por sua vez, afirmaram que a forma como os chineses agiram para expulsar sua embarcação da região foi “insegura e não profissional”.
“O destróier da República Popular da China se aproximou até 45 metros da proa do Decatur, depois do que o Decatur manobrou para evitar uma colisão ”, disse o porta-voz da Frota do Pacífico dos Estados Unidos, Charlie Brown, classificando a resposta chinesa como “agressiva”.
Disputas
O porta-voz da Defesa chinesa também afirmou que o Exército chinês cumprirá com seu dever de se defender e continuará tomando as medidas necessárias para proteger sua soberania e segurança.
“A China tem soberania indiscutível sobre as ilhas do Mar do Sul da China e suas águas adjacentes. Atualmente, com os esforços conjuntos da China e dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático, a situação no Mar do Sul da China se encaminha para a direção positiva e estável”, acrescentou a nota, em alusão às disputas pela soberania desses territórios.
O Mar do Sul da China, situado entre Vietnã, Filipinas, China e outros países, está sujeito a muitas reivindicações territoriais, o que não impediu Pequim de aumentar sua aposta pela zona, apoderando-se de ilhotas e atóis nos últimos anos.
O governo chinês considera que a área é fundamental para impulsionar suas defesas para além da costa continental e, assim, assegurar as rotas de abastecimento de petróleo. Washington e outros países ocidentais insistem que as disputas devem ser resolvidas de forma legal e respeitar a liberdade de navegação.
Em abril, Pequim reafirmou seu direito de construir instalações de “defesa” na região em disputa, mas não confirmou as informações que asseguravam que haviam colocado mísseis em ilhas artificiais que construíram.
Logo depois, os Estados Unidos afirmaram estar preocupados com a recente militarização da região. A Casa Branca chegou até a alertar para consequências de curto prazo e longo prazo caso o cenário não mudasse.
(Com EFE)