Naufrágio de barco com refugiados e imigrantes deixa 59 mortos na Grécia
O acidente ocorreu em águas internacionais, no Mar Jônico. Uma extensa operação de resgate foi complicada por ventos fortes
Pelo menos 59 pessoas morreram e mais de 100 foram resgatadas depois que um barco de pesca, que transportava refugiados e imigrantes, virou e afundou na costa sul da Grécia nesta quarta-feira, 14.
A guarda costeira grega disse que a embarcação afundou em águas internacionais a sudoeste de Pylos, na costa do Peloponeso.
Uma extensa operação para resgatar os passageiros foi complicada por ventos fortes, disse a guarda costeira em um comunicado. Seis embarcações da Guarda Costeira, uma fragata da Marinha, um transporte militar e um helicóptero da Aeronáutica, além de várias embarcações particulares, participaram das buscas pelos desaparecidos.
Cerca de 100 pessoas foram resgatadas. Quatro dos sobreviventes foram hospitalizados na cidade de Kalamata com sintomas de hipotermia, sendo que nenhum dos imigrantes tinha equipamentos de segurança, como coletes salva-vidas, de acordo com as autoridades gregas.
Acredita-se que o barco, com destino à Itália, partiu da área de Tobruk, no leste da Líbia.
As autoridades gregas e a agência de proteção de fronteiras da União Europeia, a Frontex, foram alertadas sobre a aproximação do navio pela guarda costeira italiana ainda na terça-feira 13.
As chegadas de refugiados e imigrantes parecem estar se intensificando. No domingo 11, 90 pessoas em um iate com bandeira dos Estados Unidos foram resgatados na área depois de fazerem um pedido de socorro, enquanto um incidente separado também nesta quarta-feira viu outro iate, com mais de 70 pessoas a bordo, rebocado para um porto na costa sul da ilha de Creta depois de emitir um pedido de socorro.
No mês passado, o governo grego ficou sob pressão da comunidade internacional após a circulação de imagens de vídeo que, supostamente, mostravam a expulsão forçada de imigrantes e refugiados que ficaram à deriva no mar.
No ano passado, quase 3.800 pessoas morreram em rotas migratórias dentro e fora do Oriente Médio e Norte da África, o maior número registrado desde 2017, segundo dados divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) na terça-feira 13.
O Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM registrou 3.789 mortes em 2022 em rotas marítimas e terrestres na região, incluindo travessias do deserto do Saara e do mar Mediterrâneo.