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Namíbia quer abater 723 animais, incluindo elefantes, para alimentar população

Carne será distribuída entre pessoas que sofrem com insegurança alimentar em meio a uma seca severa no país africano

Por Da Redação 28 ago 2024, 15h25
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  • A Namíbia anunciou um plano para abater mais de 700 animais selvagens para fornecer comida à população em meio a uma seca severa no sul da África. O governo divulgou a controversa medida na terça-feira 27, na esperança de combater os altos níveis de inanição e insegurança alimentar.

    O Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Turismo do país informou que na lista do abate há 83 elefantes, 30 hipopótamos, 300 zebras, 60 búfalos, 50 antílopes e 100 gnus-de-cauda-preta.

    Os animais serão retirados de parques nacionais e regiões onde comunidades vivem com “números de caça sustentáveis” e, então, mortos por caçadores profissionais, segundo um comunicado divulgado pelo ministério. Mais de 150 animais já foram abatidos em esquema semelhante, fornecendo mais de 56.800 quilos de carne para consumo. 

    O Ministério do Meio Ambiente argumentou que a medida é necessária para evitar potenciais ataques de animais, já que a procura dos bichos por alimento e água durante a seca pode colocá-los em contato com seres humanos de forma mais frequente. 

    “Este exercício é necessário e está de acordo com nosso mandato constitucional, onde nossos recursos naturais são usados ​​para o benefício dos cidadãos namibianos”, disse a pasta.

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    Insegurança alimentar

    A Namíbia está passando pela pior seca já registrada em 100 anos, provocada pelo El Niño, um fenômeno climático natural associado ao aquecimento da superfície das águas no Oceano Pacífico.

    De acordo com as Nações Unidas, o país esgotou 84% de suas reservas de alimento no mês passado e estima-se que 1,4 milhões de pessoas — cerca de metade da população — devem enfrentar altos níveis de insegurança alimentar.

    Em maio, o país decretou estado de emergência devido à escassez de chuvas e às temperaturas extremas, o que acarretou na perda de diversas plantações de alimentos em áreas rurais.

    Estima-se que mais de 200 mil elefantes vivem em áreas de conservação espalhadas por cinco países do sul da África — Angola, Botsuana, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue. No ano passado, centenas desses animais morreram por causa da seca. 

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