Diferentemente dos governos regionais brasileiros, que estão sobrecarregados com a entrada em massa de refugiados venezuelanos no país, a Argentina flexibilizou as normas para a obtenção de residência a cidadãos da Venezuela.
Assim como outros países sul-americanos, a Argentina viu os números de imigrantes fugindo do chavismo crescer — centenas de milhares de pessoas tentam escapar da crise econômica na terra de Nicolás Maduro.
Dados do governo indicam que a Argentina concedeu 142% mais residências para venezuelanos em 2017 do que em 2016. Foram 31.167 imigrantes contemplados no último ano.
Mas cerca de metade dos solicitantes de residência não foram capazes de obter a tempo os documentos exigidos pela imigração argentina do governo venezuelano, de acordo com Horacio Garcia, diretor do Diretório Nacional de Imigrações da Argentina.
Por isso, o governo está dando aos venezuelanos mais tempo para apresentarem os registros necessários para o processo.
A mudança nas normas da Argentina acontece em um momento em que países como Brasil e Colômbia –que fazem fronteira com a Venezuela– implementam controles fronteiriços mais rígidos.
Nesta sexta-feira, o governo de Roraima entrou com ação no STF para exigir que a União feche temporariamente a fronteira entre Brasil e Venezuela, e repasse recursos adicionais para suprir os custos gerados pela contingente de imigrantes venezuelanos no estado.
Roraima, que diz ser a unidade da Federação mais pobre, estima em 70 milhões de reais por ano os gastos extras com a chegada dos refugiados e afirma que a explosão migratória levou ao ressurgimento de doenças erradicadas por lá, como é o caso do sarampo.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, rechaçou enfaticamente a proposta. “Tenha santa paciência”, disse o chanceler sobre a proposta estadual. “O governo federal está fazendo muito, ajudando tanto o governo do Estado, como as prefeituras”, argumentou.
(Com Reuters)