Museu de Nova York rejeita sediar premiação a Bolsonaro
Local iria receber evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA, que escolheu o presidente brasileiro como Personalidade de 2019; ingressos custam 30.000 dólares
O Museu Americano de História Natural, de Nova York, anunciou nesta segunda-feira, 15, que não sediará o jantar de gala de premiação do presidente Jair Bolsonaro como Personalidade de 2019, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
“Este evento tradicional vai acontecer em outro lugar na data e no horário originais”, informou na nota, sem agregar mais informações.
A instituição alegou ter recebido amplas manifestações públicas contrárias a uma homenagem, em seus salões, ao presidente brasileiro de extrema direita, que se posiciona contra seus valores, especialmente em relação à preservação da Amazônia. Cientistas que atuam no museu chegaram a ameaçar com demissão caso o evento fosse levado adiante no local.
O jantar está programado para o dia 14 de maio. Os ingressos, vendidos a 30.000 por pessoa, já esgotaram. Ocorreria no Salão da Vida do Oceano, onde uma baleia azul fica suspensa sobre as mesas dos convivas.
Esta é a primeira vez que o museu deixará de sediar os eventos da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos de premiação da Personalidade do Ano. A entidade comentou que havia consentido em ser sede novamente antes de saber da escolha do homenageado de 2019. Nos últimos anos, Sergio Moro, hoje ministro da Justiça de Bolsonaro, e João Doria, atual governador de São Paulo e aliado do presidente, foram ali premiados.
A Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos ainda mantém em seu portal na internet a informação de que o evento se dará no Museu Americano de História Natural.