‘Mundo deve reconhecer: Rússia se tornou estado terrorista’, diz Zelensky
Em novo pronunciamento, presidente da Ucrânia também pediu sanções mais duras contra Moscou; em Kiev, um prédio residencial de 16 é atingido por míssil
Em um novo pronunciamento público nesta quinta-feira, 17, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu novas e mais duras sanções à Rússia, já que o pacote atual não impediu os invasores de continuar avançando. “A economia russa ainda é capaz de manter sua máquina militar”, disse Zelensky no vídeo publicado em suas redes sociais, horas depois de se dirigir ao Congresso dos EUA. “É por isso que são necessários novos pacotes de sanções contra a Rússia. O mundo deve finalmente reconhecer oficialmente que a Rússia se tornou um estado terrorista.” Um pouco mais tarde, por volta das 5h, pelo menos uma pessoa morreu e três ficaram feridas depois que os restos de um míssil atingiram um prédio residencial de 16 andares em Kiev. Trinta pessoas foram evacuadas e um incêndio foi apagado.
Em discurso por videoconferência ao Parlamento da Alemanha nesta quinta-feira, 17, Zelensky lembrou a queda do Muro de Berlim e pediu ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que derrube um muro entre a paz e o conflito na Europa e pare a guerra, o que lembrou o apelo do ex-presidente dos EUA Ronald Reagan ao último líder soviético Mikhail Gorbachev. “É o que eu digo a você, querido chanceler Scholz: destrua este muro. Dê à Alemanha o papel de liderança que conquistou para que seus descendentes se orgulhem de você. Apoie a liberdade, apoie a Ucrânia, pare esta guerra, ajude-nos a parar esta guerra”, afirmou.
Zelensky também confirmou que as forças russas lançaram uma bomba no Teatro Drama, da cidade de Mariupol. “Centenas de pessoas se abrigavam ali… O prédio foi destruído. O número de vítimas ainda é desconhecido”, disse o presidente ucraniano. Ele acrescentou que o ataque não é diferente do cerco nazista de Leningrado, entre 1941 e 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, quando forças alemãs cercaram e mataram de fome a cidade, agora chamada de São Petersburgo, levando à morte de milhares de pessoas. Ele também prometeu aos soldados russos que deporem suas armas uma chance de sobreviver. “Ainda há uma oportunidade para cada soldado enviado ao território de nosso país, para cada um que não foi morto, ferido ou capturado”, disse, falando em russo.
O líder ucraniano confirmou que o prefeito de Melitopol, Ivan Fyodorov, foi libertado. Soldados russos o sequestraram em 11 de março e tentaram forçá-lo a colaborar. “Mas nosso homem resistiu. Ele não desistiu. Nós também resistiremos. Todos nós. Nós não estamos desistindo. Pois somos ucranianos e sempre defendemos nosso povo e o que é nosso”, completou.
O presidente também disse que os corredores humanitários não funcionaram na quarta-feira. “Os soldados russos não pararam de bombardear e não garantiram a segurança”, acrescentou. Apesar do ataque, Zelensky disse que mais de 6.000 pessoas, incluindo 2.000 mil crianças de Mariupol, conseguiram fugir para Berdyansk. “As tropas russas tentaram interromper o movimento. Eles abriram fogo de artilharia no trecho da estrada entre Vasylivka e Kamyanske, na região de Zaporizhia. Foi um milagre que ninguém morreu. Cinco pessoas ficaram feridas, incluindo duas crianças”, disse ele.
Finalmente, Zelenskiy disse que os planos já estão em andamento para restaurar a Ucrânia após a guerra. “Prometo a todos os ucranianos que perderam sua casa ou apartamento como resultado do bombardeio, que o Estado reconstruirá tudo, disse ele. “Estou confiante de que seremos capazes de reconstruir nosso país rapidamente. Não importa quão grandes sejam as perdas… Será uma reconstrução histórica, um projeto que inspirará o mundo assim como nossa luta pela liberdade, nossa luta pela Ucrânia.”