Mulher acusada pela morte de irmão de Kim é condenada a 3 anos de prisão
A vietnamita Doan Thi Houng foi uma das duas presas pelo assassinato, em 2017, de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte
Um tribunal da Malásia condenou, nesta segunda-feira a três anos e quatro meses de prisão, a vietnamita Doan Thi Houng, uma das duas presas pelo assassinato em 2017, em Kuala Lumpur, de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
Doan se declarou hoje culpada depois que a promotoria rebaixou as acusações contra elas por um por um crime de “causar dano voluntário com uma arma perigosa”, punível com até 10 anos de prisão, diante da acusação de assassinato premeditado que enfrentava, punido com a pena de morte, informou a Promotoria.
A acusada, cuja sentença expirará em junho de 2020, poderia ser libertada no início de maio, se o Departamento de Prisões aceitar uma redução de um terço da sentença por bom comportamento, disse o advogado. “Estou feliz”, disse Doan aos jornalistas, na saída do tribunal.
Huong e a indonésia Siti Aisyah, em liberdade desde o início de março, atacaram Kim Jong-nam no dia 13 de fevereiro de 2017, no terminal de embarque do aeroporto de Kuala Lumpur, em uma ação que Seul atribuiu a agentes norte-coreanos e que foi registrada pelas câmeras de segurança.
As duas mulheres se declararam inocentes após a prisão e alegaram acreditar que estavam envolvidas em uma brincadeira para um programa de televisão quando esfregaram o rosto da vítima com uma substância que elas acreditavam inofensiva, e que na realidade tratava-se do agente nervoso VX, considerado pelas Nações Unidas como arma de destruição em massa.
Kim Jong-nam morreu a caminho do hospital, menos de 30 minutos após receber o veneno. No dia 11 de março, a promotoria retirou as acusações contra Aisyah, graças à bem-sucedida mediação do governo indonésio e ela retornou ao seu país nesse mesmo dia.
Ao contrário da indonésia, Huong aparece claramente nas imagens do ataque a Kim e foi captada pelas câmeras lavando as mãos instantes depois, o que foi utilizado pela promotoria como prova que sabia da toxicidade do produto que utilizou.
Kim Jong-nam, irmão de Kim Jong-un do lado do pai, já foi considerado o favorito para herdar a liderança do regime norte-coreano, mas caiu em desgraça em 2001 e viveu seus últimos anos no exílio.