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Mudança climática impulsiona doenças como a dengue

Nos EUA, mais áreas costeiras estão vulneráveis à propagação do cólera; 42% dos europeus com mais de 65 anos são vítimas das ondas de calor

Por Da Redação
29 nov 2018, 16h53
As ondas de calor extremo causadas pela mudança climática já afeta a transmissão de doenças, o fornecimento de alimentos e a produtividade, alertou pesquisa do Lancet Countdown on Health and Climate Change, elaborado por 150 especialistas de 27 universidades e instituições, entre as quais o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Divulgado na quarta-feira (28), o relatório final apontou que as mudanças climáticas já observadas no planeta estão favorecendo a propagação da dengue e do cólera. Nos Estados Unidos, casos de doenças transmitidas por mosquitos, pulgas e carrapatos, como a Doença de Lyme e o Vírus do Oeste do Nilo, triplicaram entre 2004 e 2016, segundo os Centros de Controle de Doenças (CDC).
“Nós não podemos atrasar as ações sobre a mudança climática. Não podemos mais cochilar nessa emergência de saúde”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Pequenas mudanças nas temperaturas e nas chuvas são suficientes para espalhar doenças infecciosas, segundo o estudo. A capacidade e força do Aedes Egypt, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, aumentou nas últimas décadas. A disseminação do vírus da dengue, por exemplo, cresceu 7,8% desde os anos 1950 e bateu recorde de contaminação no mundo em 2016.
À CNN, a professora de Saúde Global da Universidade de Washington Kristie Ebi afirmou que a disseminação geográfica do mosquito do Aedes Egypt aumentou “dramaticamente com as temperaturas mais altas”.
O aumento da disseminação da bactéria causadora do cólera e outras doenças, a Vibrio, foi igualmente observado pelos pesquisadores. Nos Estados Unidos , houve crescimento de 27% das áreas costeiras do país vulneráveis às infecções por Vibrio entre os anos 1980 e 2010. “Nós não podemos ignorar essas mudanças que estamos vendo”, disse Gina McCarthy, diretora do Centro para Clima, Saúde e Meio Ambiente Global da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
O diretor-executivo do The Lancet Countdown, Nick Watts, sublinhou que isso não é algo a acontecer apenas em 2050, mas que “já está sendo visto hoje”, informou a rede de televisão americana CNN. Desde a semana passada, estudos divulgados pelo governo dos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas chamam a atenção para os impactos da mudança climática e a necessidade de reforçar os compromissos dos países de redução de suas emissões dos gases do efeito estufa.
O estudo do The Lancet Countdown apontou um aumento de 157 milhões no grupo de pessoas expostas às ondas de calor entre 2000 e 2017. Mais de 153 bilhões de horas de trabalho foram perdidas devido ao calor extremo. O calor prejudica a saúde pela insolação e desidratação e pode levar a doenças cardíacas e a problemas mentais. Também piora as condições de poluição do ar, com consequências para a saúde.
Os idosos da Europa e do Mediterrâneo Ocidental são as mais vulneráveis. De acordo com o estudo, 42% dos europeus com mais de 65 anos de idade já estão expostos ao calor extremo, assim como 43% da população com a mesma faixa etária do Mediterrâneo Ocidental. Na África, 38% desse mesmo grupo já está vulnerável e, na Ásia, 34%.

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