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Mourão: “Decisão de Juan Guaidó não foi a melhor”

Vice-presidente contraria Bolsonaro e considera precipitada iniciativa da oposição venezuelana de declarar ter apoio militar para derrubar Maduro

Por Estadão Conteúdo
2 Maio 2019, 16h03

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, considera que o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, não tomou a melhor decisão ao dizer que tinha apoio militar para derrubar o governo de Nicolás Maduro. Feita no último dia 30, a declaração de Guaidó acabou não se confirmando.

“Olhando agora a gente julga que não foi a melhor (decisão) dele”, avaliou Mourão nesta quinta-feira, 2, ao ser questionado por jornalistas se o oposicionista venezuelano teria se precipitado. O vice-presidente ponderou que não sabe quais informações Guaidó tinha no momento da escolha.

“Eu não estou no sapato dele, não sei quais eram os dados que ele tinha para essa decisão que ele tomou. A gente especula que ele… não sei se ele estava com medo de ser preso, se alguns elementos das Forças Armadas (da Venezuela) tinham prometido determinados apoios. Então, a gente não sabe quais eram os dados que ele tinha para ter tomado a decisão”, disse.

A opinião contraria o que foi dito ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, que negou a “derrota” do movimento capitaneado por Guaidó na terça-feira. “Não tem derrota nenhuma. Eu até elogio. Reconheço o espírito patriótico e democrático que ele Guaidó tem por lutar por liberdade em seu país”, afirmou o presidente.

Sobre a crise no país vizinho, Mourão disse que é preciso aguardar os acontecimentos, citando o que foi dito por Bolsonaro após reunião com representantes dos ministérios da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O vice-presidente destacou que o único plano que o Brasil tem no momento é “colocar combustível lá em Roraima para as termelétricas funcionarem” – uma indicação da preocupação do governo com a alternativa local ao fornecimento de energia para aquele estado.

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Na terça-feira 30, Juan Guaidó afirmou contar com grande apoio de militares desertores, sobretudo de altos comandos, e declarou que tomaria o poder do presidente Nicolás Maduro. Ele deu início a uma nova onda de protestos e confrontos entre militares e apoiadores dos diferentes lados.

O oposicionista convocou a população a sair às ruas todos os dias até que a ditadura de Maduro seja deposta. Também afirmou que organizará greves escalonadas entre as diferentes categorias de trabalhadores nos próximos dias, até que “uma greve geral seja alcançada”.

Até agora, contudo, nenhum militar de alta patente declarou publicamente seu apoio a Guaidó. O diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Militar da Venezuela (Sebin), general Manuel Cristopher Figuera, foi preso na terça após a libertação de Leopoldo López, um dos mais conhecidos líderes da oposição venezuelana.

Figuera foi acusado pelo governo de ter jurado lealdade à oposição, mas não se pronunciou oficialmente sobre o caso antes de sua detenção.

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