A batalha entre Rússia e Ucrânia pela cidade de Bakhmut já causou a morte de 20 mil a 30 mil soldados russos desde do seu início a mais de seis meses, segundo levantamentos das inteligências americana e europeia divulgados nesta terça-feira, 7. Para especialistas militares, a batalha está fora de proporção em relação ao benefício estratégico da cidade.
Bakhmut é uma pequena cidade na região de Donetsk, que fica na região de Donbas, no leste da Ucrânia, principal alvo de Moscou na guerra. Atualmente, contudo, ela virou um terreno baldio com prédios destruídos. Cerca de 90% da população pré-guerra do local fugiu, e autoridades ucranianas dizem que restam apenas 3 mil civis na área, mas o conflito não parece ter fim.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse nesta terça-feira, 7, que o preço do conflito na cidade também é alto para a Ucrânia. Ele afirma que 11 mil soldados ucranianos morreram na batalha apenas em fevereiro deste ano – números que são rejeitados por Kiev.
“A indiferença do regime de Kiev em relação ao seu próprio povo é surpreendente”, declarou o ministro russo em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram.
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Shoigu ainda esclareceu que Moscou continua na luta e teve avanços na “libertação” de Artyomovsk, nome russo para Bakhmut.
“A cidade é um importante centro defensivo para as forças ucranianas no Donbas”, disse. “Assumir o controle vai permitir mais ações contra as linhas defensivas do exército ucraniano.”
Para Kiev, o esforço russo na região está “paralisado” e o grupo mercenário Wagner, que lidera a batalha por Moscou, enfrenta escassez de mão de obra e equipamentos. Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo, uma espécie de exército privado do presidente Vladimir Putin, chegou a acusar as Forças Armadas oficiais de traição por não fornecerem munição suficiente para que seus combatentes tomem a cidade.
Autoridades ocidentais também afirmam que não há sinal de qualquer avanço russo na cidade. No entanto, anúncios de um fracasso da Rússia são feitos desde do outono passado, e o conflito continua.
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A conquista de Bakhmut é vista como “um pequeno evento tático” sem significado estratégico “para nenhum dos lados”. Mesmo que a Rússia passe a controlar o território, ainda seria um ganho pequeno, dadas as proporções das perdas militares do Kremlin. Já para a Ucrânia, um oficial destacou cinicamente que é a briga é “uma oportunidade única para matar muitos russos”.
Espera-se que a chegada de novos lotes de poderosa ajuda bélica do Ocidente, incluindo tanques de guerra avançados e outros veículos blindados, à Ucrânia possa dar um empurrão para as forças de Kiev e desempatar a batalha. O governo ucraniano disse que já está planejando um contra-ataque para o mês de maio.