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Morre Li Keqiang, ex-premiê chinês que Xi alienou, aos 68 anos

Político conhecido por ideias reformistas, abafados pelo domínio estatal de Xi Jinping, foi vítima de um ataque cardíaco repentino 7 meses após se aposentar

Por Da Redação
27 out 2023, 12h59

O ex-primeiro-ministro da China, Li Keqiang, morreu de um ataque cardíaco nesta sexta-feira, 27, aos 68 anos. Conhecido pelos ideais reformistas e defensor de uma economia de mercado mais aberta, Li, que ficou mais de uma década no cargo, faleceu repentinamente apenas sete meses depois de se aposentar.

“O camarada Li Keqiang, enquanto descansava em Xangai nos últimos dias, sofreu um ataque cardíaco repentino em 26 de outubro e depois de todos os esforços para reanimá-lo terem falhado, morreu em Xangai às 00:10 de 27 de outubro”, disse a emissora estatal CCTV.

O economista era considerado um dos principais candidatos à liderança do Partido Comunista, mas passou a ser marginalizado nos últimos anos pelo líder chinês, Xi Jinping, que reforçou o seu controle sobre as estruturas de poder.

Li defendia uma economia de mercado mais aberta, que nunca foi totalmente implantada, tendo que ceder à preferência de Xi por mais domínio estatal. A influência de sua antiga base de poder diminuiu à medida que o poderoso líder chinês instalou os seus próprios aliados em altos cargos.

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Um obituário oficial publicado pela mídia estatal chinesa Xinhua classificou sua morte como uma “enorme perda para o partido e a nação”, descrevendo Li como um “líder notável”. O comunicado listou suas conquistas políticas – e citou quatro vezes que Li realizou seu trabalho sob a “forte liderança” de Xi.

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“Devemos transformar a nossa dor em força, aprender com o seu espírito revolucionário, carácter nobre e estilo requintado”, disse a Xinhua.

Li foi primeiro-ministro e chefe do gabinete da China sob Xi durante uma década, até renunciar a todos os cargos políticos em março deste ano. Ele apoiava líderes reformistas, provocando debates sobre a pobreza e a desigualdade no país. Analistas acreditam que ele vai ser lembrado “pelo que poderia ter sido”.

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Alguns políticos e membros da elite liberal do país homenagearam o ex-premiê e descreveram sua morte como o fim de uma era, com o afastamento de uma possível reforma econômica.

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Como outras figuras chinesas reformistas Li mantinha alto grau de discrição. Ele foi visto pela última vez em público durante uma visita privada às Grutas de Mogao, uma atração turística no noroeste da China, em agosto.

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Antes de entrar na elite política em Pequim, serviu como chefe provincial do Partido Comunista em Henan, uma região pobre no centro da China, e na província de Liaoning, na zona da ferrugem, na fronteira com a Coreia do Norte. Ele também foi conhecido por integrar a Liga da Juventude do Partido Comunista, que já foi uma espécie de escada para cargos mais altos, com ideologia reformista.

O mentor de Li era Hu Jintao, ex-presidente que fazia parte de uma corrente política vagamente baseado na Liga da Juventude. Depois que Xi assumiu a liderança do partido em 2012, porém, ele tomou medidas para desmembrar o grupo e enfraquecer o poder político dos reformistas.

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