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Moeda de ouro prova que o ‘falso’ imperador romano era real

O maior segredo a ser desvendado a partir desta descoberta é a história por trás do rosto do esquecido de Sponsian, o primeiro

Por Da Redação
24 nov 2022, 19h50

Uma antiga moeda de ouro, segundo descoberta feita nesta quinta-feira, 24, prova que um imperador romano do século III, excluído da história há mais de 100 anos porque foi dado como falso, realmente existiu.

Quando a moeda foi encontrada em um tesouro, em 1713, acreditava-se que era genuína. Até que, em meados do século 19, especialistas suspeitaram que ela poderia ter sido produzida por falsificadores da época, devido à “brutalidade”  da peça.

Cientistas do Reino Unido agora revelaram, contudo, que algumas marcas de arranhões, visíveis apenas com microscópio, provam que a moeda estava em circulação há 2 mil anos.

O professor Paul Pearson, da University College London, que liderou a pesquisa, disse à emissora britânica BBC que ficou surpreso com a descoberta.

“O que encontramos é um imperador. Ele era uma figura considerada falsa e descartada pelos especialistas. Mas descobrimos que ele era real e que teve um papel na história”, declarou.

Pearson também informou, pelo Twitter, que a pesquisa por trás da misteriosa moeda dourada já acontece há mais de dois anos.

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A veracidade da moeda foi questionada em 1863, quando Henry Cohen, o principal especialista em moedas da época na Bibliothèque Nationale de France, disse que as peças eram falsificações mal feitas e “ridiculamente imaginadas”. 

No entanto, o professor Pearson suspeitou do contrário quando viu fotos da moeda enquanto fazia pesquisa para um livro sobre a história do império romano. Ele percebeu que havia arranhões na superfície, que poderiam ter sido produzidos pela circulação da moeda.

Em seguida, entrou em contato com o Hunterian Museum, na Universidade de Glasgow, museu onde a moeda era mantida trancada com outras três do tesouro original. 

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Junto aos pesquisadores do museu, todas as quatro moedas foram examinadas sob um microscópio e os padrões observados eram consistentes com aqueles produzidos quando se joga uma moeda dentro de uma bolsa de dinheiro.

Além disso, uma análise química mostrou que as moedas estavam enterradas no solo há centenas de anos, segundo o curador de moedas do museu, Jesper Ericsson, que trabalhou com o professor Pearson no projeto.

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Os pesquisadores acreditam que o homem estampado nas moedas era um comandante militar que foi forçado a se coroar como imperador da província mais distante e difícil de defender do Império Romano, chamada Dácia. Estudos arqueológicos estabeleceram que a Dácia foi isolada do resto do império por volta de 260 d.C. 

Cercado por inimigos e isolado de Roma, o imperador Sponsian provavelmente assumiu o comando supremo durante um período de caos e guerra civil, protegendo a população militar e civil da Dácia até que a ordem fosse restaurada, entre 271 d.C. e 275 d.C.

Após a descoberta, pesquisadores entraram em contato com o Museu Brukenthal em Sibiu, na Transilvânia, que também possui uma moeda estampada com a figura de Sponsian. Ela fazia parte do legado do Barão Samuel von Brukenthal, o Governador Habsburgo da Transilvânia. O Barão estava estudando a moeda no momento de sua morte e, diz a lenda  a última coisa que fez antes de falecer foi escrever um bilhete dizendo: “Genuína”.

De acordo com o gerente interino do Museu Nacional Brukenthal, Alexandru Constantin Chituță, a nova descoberta é de particular interesse para a história da Transilvânia e da Romênia. 

“Para a história da Transilvânia e da Romênia em particular, mas também para a história da Europa em geral, se esses resultados forem aceitos pela comunidade científica, eles significarão o acréscimo de outra figura importante em nossa história”, disse ele.

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