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MMA não envia representantes a evento sobre preservação da Amazônia

Conferência internacional organizada por órgão da ONU convidou membros do Ministério brasileiro; decisões de Salles vêm sendo criticadas por ambientalistas

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2019, 16h42 - Publicado em 15 Maio 2019, 14h00

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi convidado, mas não enviou representantes para um evento internacional organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Lima, Peru, sobre gestão florestal e agricultura, com foco na Amazônia. A Conferência do Bom Crescimento começou na segunda-feira 13.

A representação do Pnud no Brasil confirmou que o ministério recebeu convite para participar do evento, mas respondeu que o ministro Ricardo Salles não poderia participar em razão de outras agendas.

A conferência realizada em Lima discute formas para barrar o desmatamento da Amazônia por meio da agricultura sustentável e da observação de projetos de pequenos produtores locais.

Participaram de sua abertura o presidente do Peru, Martín Vizcarra, e os ministros de Meio Ambiente e de Agricultura do país anfitrião e do Equador. Também foram convidados representantes da ONU e de organizações da sociedade civil, como a WWF.

A organização da conferência confirmou que há brasileiros acompanhando as reuniões, mas não funcionários do MMA.

O secretário de Agricultura do Tocantins, Cesar Hanna Halim, e o secretário do Meio Ambiente do estado, Adriano Vigilato, assim como o superintendente para Políticas de Agricultura da Bahia, Marcilo Menezes, estão em Lima para a conferência. O presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) também comparece ao evento.

A Floresta Amazônica possui cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados, sendo 60% dessa área no Brasil. Os 40% restantes estão na Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

Segundo o Pnud, o Ministério da Agricultura do Brasil acompanha todas as ações da Conferência do Bom Crescimento e faz parte da governança do projeto. Mas não executa o programa diretamente.

Nesta semana, o governo brasileiro cancelou a Semana Climática América Latina e Caribe, organizada pela Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). A reunião estava marcada para os dias 19 e 23 de agosto em Salvador.

O evento é um preparativo para a Conferência do Clima (COP-25), que será realizada em dezembro, em Santiago, após o Brasil também ter desistido de sediar esse encontro em seu território.

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Ao explicar ao Blog de Andréia Sadi, do portal G1, a razão pela qual o governo desistiu do evento em Salvador, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse: “Vou manter um encontro que vai preparar um outro, que não vai acontecer mais no Brasil, por quê? Não faz o menor sentido, vai para o Chile! Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”.

Reação

As decisões do ministério de cancelar a reunião em Salvador e não comparecer à conferência de Lima tiveram repercussão negativa entre ambientalistas e membros da organização dos eventos.

Em nota a VEJA, a organização não governamental WWF Brasil (World Wide Fund for Nature) criticou o posicionamento e afirmou ser “lamentável” o Brasil abrir mão das “oportunidades econômicas e vantagens competitivas ao assumir compromissos com uma economia de baixo carbono”.

“O Brasil teve um papel de liderança nas negociações climáticas – somos um dos países mais ricos em biodiversidade no planeta- e temos nos afastado dessas negociações. Essa atitude pode atrapalhar os negócios brasileiros no exterior, manchando nossa reputação internacional”, afirmou a WWF Brasil .

“As Semanas Climáticas são organizadas todo ano pela ONU para oferecer um espaço de engajamento para empresas, governos municipais e estaduais e academia, já que as negociações climáticas oficiais são restritas aos governos federais”, disse ainda a WWF Brasil.

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O Ministério do Meio Ambiente não respondeu às perguntas enviadas por VEJA sobre o cancelamento da Semana Climática e a decisão de não enviar representantes à Conferência do Bom Crescimento.

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